quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Moçambique: Renamo denuncia alegado plano de assassínio de Afonso Dhlakama


MMT – JMR - Lusa

Maputo, 03 jan (Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) denunciou hoje à Lusa um alegado plano de assassínio do seu líder, Afonso Dhlakama, e de outros 12 quadros superiores do principal partido da oposição moçambicana.

O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que o partido tem "informações da existência de uma lista que circula em circuito muito fechado com o nome de 12 quadros seniores da Renamo que devem ser assassinados", documento supostamente da autoria de "pessoas que querem matar a democracia" em Moçambique.

Na edição de hoje do jornal O País, o líder da Renamo acusou o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de o querer matar "a todo o custo".

"A Frelimo está a todo custo a tentar eliminar-me fisicamente, já que pelo voto não está a conseguir", disse Afonso Dhlakama, em Gorongosa, base militar da Renamo, após apresentar aos jornalistas pessoas alegadamente contratadas pelos Serviços de Informação de Segurança de Estado para o assassinar.

"Afonso Dhlakama como todos os quadros da Renamo, incluindo-me, estão a correr risco de vida", afirmou à Lusa Fernando Mazanga.

Citado pelo jornal O País, um dos capturados pela segurança pessoal de Afonso Dhlakama disse ter sido contratado por um seu irmão, um agente da polícia moçambicana, para colocar veneno num poço de água, próximo ao local onde o líder da Renamo pretendia orientar uma reunião do partido.

Afonso Dhlakama qualificou de "vergonhosa a atitude dos agentes da polícia moçambicana que estão a usar dinheiro para tirar dignidade das pessoas".

"Como sabem que a população local é pobre, organizam algumas notas de meticais e orientam as pessoas para colocar veneno no poço. Como sabiam que eu estaria aqui reunido nos dias 18 e 19 de dezembro passado com os meus quadros seniores e que consumiríamos aquela água, tentaram matar-nos", disse Afonso Dhlakama.

Reagindo às informações divulgadas pelo jornal, Joaquim Nido, comandante da Polícia da República de Moçambique, na província de Sofala, no centro do país, desmentiu as acusações.

"Não é nossa postura recorrer a práticas de envenenamento para eliminar pessoas. A nossa missão é proteger pessoas garantindo a ordem e segurança públicas e não proteger bandidos ou então socorrer-se a eles para eliminar alguém", disse Joaquim Nido.

Sem comentários:

Mais lidas da semana