Maputo, 03 jan
(Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) denunciou hoje à Lusa um
alegado plano de assassínio do seu líder, Afonso Dhlakama, e de outros 12
quadros superiores do principal partido da oposição moçambicana.
O porta-voz da
Renamo, Fernando Mazanga, disse que o partido tem "informações da
existência de uma lista que circula em circuito muito fechado com o nome de 12
quadros seniores da Renamo que devem ser assassinados", documento
supostamente da autoria de "pessoas que querem matar a democracia" em
Moçambique.
Na edição de hoje
do jornal O País, o líder da Renamo acusou o governo da Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo) de o querer matar "a todo o custo".
"A Frelimo
está a todo custo a tentar eliminar-me fisicamente, já que pelo voto não está a
conseguir", disse Afonso Dhlakama, em Gorongosa, base militar da Renamo,
após apresentar aos jornalistas pessoas alegadamente contratadas pelos Serviços
de Informação de Segurança de Estado para o assassinar.
"Afonso
Dhlakama como todos os quadros da Renamo, incluindo-me, estão a correr risco de
vida", afirmou à Lusa Fernando Mazanga.
Citado pelo jornal
O País, um dos capturados pela segurança pessoal de Afonso Dhlakama disse ter
sido contratado por um seu irmão, um agente da polícia moçambicana, para
colocar veneno num poço de água, próximo ao local onde o líder da Renamo
pretendia orientar uma reunião do partido.
Afonso Dhlakama
qualificou de "vergonhosa a atitude dos agentes da polícia moçambicana que
estão a usar dinheiro para tirar dignidade das pessoas".
"Como sabem
que a população local é pobre, organizam algumas notas de meticais e orientam
as pessoas para colocar veneno no poço. Como sabiam que eu estaria aqui reunido
nos dias 18 e 19 de dezembro passado com os meus quadros seniores e que
consumiríamos aquela água, tentaram matar-nos", disse Afonso Dhlakama.
Reagindo às
informações divulgadas pelo jornal, Joaquim Nido, comandante da Polícia da
República de Moçambique, na província de Sofala, no centro do país, desmentiu
as acusações.
"Não é nossa
postura recorrer a práticas de envenenamento para eliminar pessoas. A nossa
missão é proteger pessoas garantindo a ordem e segurança públicas e não
proteger bandidos ou então socorrer-se a eles para eliminar alguém", disse
Joaquim Nido.
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