Henrique Monteiro –
Expresso, opinião
Quando entrou em
funções o Governo tinha toda a boa vontade dos portugueses e o PS
colaborante, amarrado como estava pelo Memorando assinado com a troika.
Não seria necessário ser demasiado intuitivo e inteligente para entender que essa
era a altura de efetuar reformas de fundo no Estado. E de que, para isso, o
Governo necessitava do PS, da UGT, de todos os que pudesse congregar. Muita
gente - eu incluído - o escreveu e o disse inúmeras vezes.
O Governo escolheu outro
caminho - o de alienar aliados e parceiros. O primeiro a ser afastado de toda e
qualquer decisão foi o PS. Seguiu-se a única central sindical com que
podia contar - a UGT. No caso da TSU foram as associações patronais. Depois,
foi a vez de boa parte do PSD. E Paulo Portas e o CDS. E também o
Presidente da República.
De acordo com o que
é possível ler na última edição do Expresso, boa parte dos ministros também já
não participam nem comungam das teses de Passos, Relvas e Gaspar. Ou seja, da troika que
afastou todos os aliados até se refugiar num pequeno reduto onde, agora,
acossada, depois do discurso de Cavaco Silva, espera uma sentença do Tribunal
Constitucional.
Não é bonito de se
ver, sobretudo não é bom para o país. Como já escrevi há meses, pouco mais
resta do que Passos sair pelo seu pé e permitir que outra solução emanada
deste Parlamento possa, de forma dialogante, continuar o programa de
ajustamento e reforma de que o país necessita.
Sem comentários:
Enviar um comentário