Henrique Monteiro –
Expresso, opinião em Blogues
Os partidos perdem
o poder e passam à oposição. É o momento em que os poderosos se afastam,
deixando as lideranças para aqueles que consideram figuras secundárias. Podem
chamar-se António José Seguro ou outro nome qualquer.
Durante uns
tempos, os poderosos ficam calados. Depois, começam a criticar a
liderança, acusando-a de não subir nas sondagens. Por fim, quando a
liderança efetivamente sobe nas sondagens (no geral porque o partido então no
poder começa a descer), iniciam a grande conspiraração para afastar o ator
secundário e dar palco ao principal.
O método é tão
velho que até eu, que estou cheio de gripe, percebo a enorme imoralidade
que existe nesta conduta. Isto, independentemente de quem é apeado e de quem
quer o poleiro. E acresce que, até agora, tem servido para afastar homens
sérios dos lugares cimeiros - recordo Fernando Nogueira e Ferro Rodrigues, por
exemplo. Teria o destino do PS e do PSD sido outro se ambos não tivessem sido
vítimas desta voragem? Quem sabe.
O que sei é
que nada de bom há a esperar quando um líder chega ao poder apoiado por
este tipo de lógica.
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