Jornal i - Lusa
O antigo ministro
das Finanças Luís Campos e Cunha afirmou hoje que o relatório do FMI sobre o
corte da despesa pública “tem um diagnóstico errado, distorcido e enviesado” e
que, por isso, “a prescrição é errada”.
“Continuamos a
manter-nos na ideia dos cortes cegos e horizontais (…) Estes cortes horizontais
podem fazer sentido para mostrar que todos têm de contribuir, para mostrar que
há necessidade de contenção da despesa para todos”, afirmou o economista,
durante uma conferência sobre a reforma do Estado, em Lisboa.
No entanto, Campos
e Cunha entende que “não são estes cortes que resolvem o problema” e defende
que “os cortes têm de ser verticais”.
“É preciso fazer um
estudo sobre institutos e um instituto que não está a desempenhar nada
fecha-se. É preciso selecionar quais são os essenciais e esses serem
devidamente financiados e fechar – não é fundir – os que não são essenciais”,
exemplificou.
O antigo ministro
das Finanças do primeiro governo socialista de José Sócrates disse ainda não
saber onde cortar, mas sabe que “cá em baixo é que está o desperdício e a
ineficiência”, e não nos níveis superiores de direção.
Por isso,
acrescentou, são necessárias auditorias e avaliações de desempenho para “ir cá
abaixo ver onde está o despesismo e a ineficiência.
A conferência
"Para uma reforma abrangente da Organização e Gestão do Setor
Público", que decorre até quarta-feira em Lisboa, é organizada pelo Banco
de Portugal, pelo Conselho das Finanças Públicas e pela Fundação Calouste
Gulbenkian.
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