quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

UGT FAZ “TEATRO” PERANTE OS DESPEDIMENTOS EM SALDO IMPOSTOS PELO GOVERNO

 


Poderíamos perguntar ingenuamente ao patrão da UGT, João Proença, se após tantos anos a dirigir aquela central sindical ainda não aprendeu o que devia e reiterar que a ele lhe compete defender os interesses dos trabalhadores seus associados e de todos os outros partindo do principio que neste governo de Passos a má fé impera e que outra coisa não será de esperar de Passos e da sua súcia de devastadores da Pátria que não seja os seus objetivos, o empobrecimento acelerado, o trabalho mal remunerado, a abolição dos direitos adquiridos, o emprego precário, o desemprego, o avanço para o esclavagismo possível. Mas não, João Proença não merece que sejamos ingénuos. Nem merece que esqueçamos que regra geral o seu historial no desempenho de dirigente sindical roça a traição aos reais e inalieanáveis interesses dos que trabalham ou querem trabalhar mas se mantêm por tempos intermináveis na situação terrível de desempregados de longa-duração.
 
Agora, desta vez, Passos e o seu governo, reduziram para 12 dias por ano as indemnizações para o despedimento. A UGT, João Proença, dizem-se traídos e fazem o seu “teatro”. Não é a primeira vez que acontece este tipo de teatralizações, que para os mais atentos, mais antigos, mais experientes nos comportamentos de João Proença, sabem que esta indignação aparente é mais um quadro de faz-de-conta para sacudir a água do capote. Se assim não fosse João Proença, a UGT, deveria estar preparada para reagir energicamente em vez de andar no “diz que disse”, avançando imediatamente com alternativas adequadas à falta de palavra do governo. Mas não. Proença, a UGT, vai andar por uns tempos a atirar o carapau ao gato e a puxá-lo de imediato com o cordel a que o atou fazendo de conta que está do lado dos trabalhadores, até que o “caso” se perca nos tempos e na memória daqueles que Proença sistematicamente traí. Certo vai ser que o carapau apodrece, decompõem-se e desaparece - tal qual os direitos devidos aos trabalhadores que dão quase uma vida inteira às empresas.
 
O jornal i faz a notícia, que publicamos a seguir. O “teatro” está montado para dar a parecer que Proença é uma vítima quando afinal as verdadeiras vítimas são os trabalhadores por via de traições como as de João Proença e da UGT - que tem nos TSD (Trabalhadores Sociais Democratas), e nos pseudo socialistas dentro das suas estruturas, os verdadeiros mandantes e dirigentes daquela central sindical, com os quais, pelo visto e sentido, alinha, fazendo-se indignado no seu socialismo bacoco de barriga cheia. O "teatro" vai continuar entre aqueles péssimos atores e se necessário anunciarão umas migalhas para que Proença cante vitória. Mas a finalidade mantém-se: despedimentos em saldo. (Redação PG)
 
Passos Coelho dá força a Gaspar. Indemnizações ficam em 12 dias por ano
 
António Ribeiro Ferreira – Jornal i
 
UGT recusa proposta para despedimentos. Passos apoia Gaspar contra ministro da Economia
 
É uma proposta que pode acabar de vez com o apoio da UGT ao governo na Concertação Social e que já motivou acesa discussão na última reunião de 2012 do Conselho de Ministros, com Passos Coelho a apoiar Vítor Gaspar contra Álvaro Santos Pereira, que queria primeiro negociar com os parceiros sociais. Trata-se da redução das compensações por despedimento para 12 dias de trabalho por ano e, se for aprovada no parlamento e promulgada pelo Presidente da República, entra em vigor em 2013.
 
No documento entregue ontem na Assembleia da República não se confirmou a possibilidade de o número de dias passar para 18, como chegou a defender Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, no Conselho de Ministros. Agora compete aos deputados tentar um acordo com a UGT em sede de comissão parlamentar ou a Concertação Social, tão elogiada cá dentro e lá fora, poderá ficar em causa porque a central sindical liderada por João Proença afirma que esta proposta viola o acordo estabelecido com o executivo em 2012.
 
A intenção do governo de reduzir as indemnizações em caso de despedimento tinha já sido confirmada pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, a 12 de Dezembro, altura em que o chefe do governo adiantou que as novas regras deverão vigorar a partir de 2013. Na ocasião o primeiro-ministro referiu que o trabalho foi desenvolvido de “forma muito detalhada” com diálogo com os parceiros sociais e com a troika.
 
“Escolhemos o limite superior [da média da União Europeia] de modo a causar a menor polémica possível quanto ao valor da indemnização. Trata-se de um valor acordado com a troika com base nos estudos realizados”, disse Passos Coelho.
 
Críticas a Pedro Martins

Caso os deputados da maioria venham a alterar a proposta, é certo e sabido que a troika terá de dar o seu acordo. E foi isso mesmo que Vítor Gaspar, ministro das Finanças, disse ao seu colega da Economia na acesa discussão em Conselho de Ministros. Isto é, quando a troika veio a Portugal em finais de Agosto para a quinta avaliação do Memorando de Entendimento, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, aceitou reduzir as indemnizações 8 a 12 dias, a média europeia encontrada pelo governo mas que é fortemente contestada pela UGT, já que há países da União Europeia em que não há indemnizações para despedimentos, embora os trabalhadores recebam da entidade empregadora e do Estado outro tipo de apoios.
 
Mas há outro obstáculo à aplicação da medida. O fundo que irá pagar as indemnizações deve entrar em funcionamento em simultâneo com a redução das indemnizações e o processo está atrasado em sede de Concertação Social.
 

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