Poderíamos
perguntar ingenuamente ao patrão da UGT, João Proença, se após tantos anos a dirigir aquela
central sindical ainda não aprendeu o que devia e reiterar que
a ele lhe compete defender os interesses dos trabalhadores seus associados e de
todos os outros partindo do principio que neste governo de Passos a má fé
impera e que outra coisa não será de esperar de Passos e da sua súcia de
devastadores da Pátria que não seja os seus objetivos, o empobrecimento
acelerado, o trabalho mal remunerado, a abolição dos direitos adquiridos, o
emprego precário, o desemprego, o avanço para o esclavagismo possível. Mas não,
João Proença não merece que sejamos ingénuos. Nem merece que esqueçamos que
regra geral o seu historial no desempenho de dirigente sindical roça a traição
aos reais e inalieanáveis interesses dos que trabalham ou querem trabalhar mas
se mantêm por tempos intermináveis na situação terrível de desempregados de
longa-duração.
Agora, desta vez,
Passos e o seu governo, reduziram para 12 dias por ano as indemnizações para
o despedimento. A UGT, João Proença, dizem-se traídos e fazem o seu “teatro”. Não
é a primeira vez que acontece este tipo de teatralizações, que para os mais
atentos, mais antigos, mais experientes nos comportamentos de João Proença,
sabem que esta indignação aparente é mais um quadro de faz-de-conta para
sacudir a água do capote. Se assim não fosse João Proença, a UGT, deveria estar
preparada para reagir energicamente em vez de andar no “diz que disse”,
avançando imediatamente com alternativas adequadas à falta de palavra do
governo. Mas não. Proença, a UGT, vai andar por uns tempos a atirar o carapau
ao gato e a puxá-lo de imediato com o cordel a que o atou fazendo de conta
que está do lado dos trabalhadores, até que o “caso” se perca nos tempos e na
memória daqueles que Proença sistematicamente traí. Certo vai ser que o carapau
apodrece, decompõem-se e desaparece - tal qual os direitos devidos aos
trabalhadores que dão quase uma vida inteira às empresas.
O jornal i faz a
notícia, que publicamos a seguir. O “teatro” está montado para dar a parecer
que Proença é uma vítima quando afinal as verdadeiras vítimas são os
trabalhadores por via de traições como as de João Proença e da UGT - que tem
nos TSD (Trabalhadores Sociais Democratas), e nos pseudo socialistas dentro das suas estruturas, os
verdadeiros mandantes e dirigentes daquela central sindical, com os quais, pelo
visto e sentido, alinha, fazendo-se indignado no seu socialismo bacoco de
barriga cheia. O "teatro" vai continuar entre aqueles péssimos atores e se necessário anunciarão umas migalhas para que Proença cante vitória. Mas a finalidade mantém-se: despedimentos em saldo. (Redação PG)
Passos Coelho dá
força a Gaspar. Indemnizações ficam em 12 dias por ano
António Ribeiro
Ferreira – Jornal i
UGT recusa proposta
para despedimentos. Passos apoia Gaspar contra ministro da Economia
É uma proposta que
pode acabar de vez com o apoio da UGT ao governo na Concertação Social e que já
motivou acesa discussão na última reunião de 2012 do Conselho de Ministros, com
Passos Coelho a apoiar Vítor Gaspar contra Álvaro Santos Pereira, que queria primeiro
negociar com os parceiros sociais. Trata-se da redução das compensações por
despedimento para 12 dias de trabalho por ano e, se for aprovada no parlamento
e promulgada pelo Presidente da República, entra em vigor em 2013.
No documento
entregue ontem na Assembleia da República não se confirmou a possibilidade de o
número de dias passar para 18, como chegou a defender Álvaro Santos Pereira,
ministro da Economia, no Conselho de Ministros. Agora compete aos deputados
tentar um acordo com a UGT em sede de comissão parlamentar ou a Concertação
Social, tão elogiada cá dentro e lá fora, poderá ficar em causa porque a
central sindical liderada por João Proença afirma que esta proposta viola o
acordo estabelecido com o executivo em 2012.
A intenção do
governo de reduzir as indemnizações em caso de despedimento tinha já sido
confirmada pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, a 12 de Dezembro, altura em
que o chefe do governo adiantou que as novas regras deverão vigorar a partir de
2013. Na ocasião o primeiro-ministro referiu que o trabalho foi desenvolvido de
“forma muito detalhada” com diálogo com os parceiros sociais e com a troika.
“Escolhemos o
limite superior [da média da União Europeia] de modo a causar a menor polémica
possível quanto ao valor da indemnização. Trata-se de um valor acordado com a
troika com base nos estudos realizados”, disse Passos Coelho.
Críticas a Pedro
Martins
Caso os deputados da maioria venham a alterar a proposta, é certo e sabido que a troika terá de dar o seu acordo. E foi isso mesmo que Vítor Gaspar, ministro das Finanças, disse ao seu colega da Economia na acesa discussão em Conselho de Ministros. Isto é, quando a troika veio a Portugal em finais de Agosto para a quinta avaliação do Memorando de Entendimento, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, aceitou reduzir as indemnizações 8 a 12 dias, a média europeia encontrada pelo governo mas que é fortemente contestada pela UGT, já que há países da União Europeia em que não há indemnizações para despedimentos, embora os trabalhadores recebam da entidade empregadora e do Estado outro tipo de apoios.
Caso os deputados da maioria venham a alterar a proposta, é certo e sabido que a troika terá de dar o seu acordo. E foi isso mesmo que Vítor Gaspar, ministro das Finanças, disse ao seu colega da Economia na acesa discussão em Conselho de Ministros. Isto é, quando a troika veio a Portugal em finais de Agosto para a quinta avaliação do Memorando de Entendimento, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, aceitou reduzir as indemnizações 8 a 12 dias, a média europeia encontrada pelo governo mas que é fortemente contestada pela UGT, já que há países da União Europeia em que não há indemnizações para despedimentos, embora os trabalhadores recebam da entidade empregadora e do Estado outro tipo de apoios.
Mas há outro
obstáculo à aplicação da medida. O fundo que irá pagar as indemnizações deve
entrar em funcionamento em simultâneo com a redução das indemnizações e o
processo está atrasado em sede de Concertação Social.
Sem comentários:
Enviar um comentário