Manuel José – Voz da
América
Falta de
policiamento eficaz uma das razões, dizem críticos
O deputado da UNITA
Raul Danda acusou a polícia de não dizer a verdade quanto ao aumento da
criminalidade e violência em Luanda.
Danda comentava uma
série de actos violentos que chocaram a população de Luanda e que parece serem
o reflexo de um aumento da violência e crime violento na cidade.
“A criminalidade vai crescendo, contrariamente a aquilo que a policia vai
dizendo,” disse Danda.
Com efeito violência de todo tipo vai tomando conta da capital angolana, desde
aos assaltos a bancos, brigas nas ruas a assassinatos.
Mas foram recentes incidentes que chocaram a opinião publica.
O mês de Fevereiro trouxe à baila, com a publicação de 3 imagens nas redes
sociais de extrema violência e criminalidade, a que os especialistas pensam ser
já uma questão de segurança pública.
No primeiro caso, sete jovens são encontrados mortos em Cacuaco.
As vítimas apresentavam varias balas crivadas no corpo e algemados o que levou
a associação Mãos Livres a denunciar a polícia. Esta nega a autoria,
atribuindo-a a um militar.
A segunda cena de violência na Internet, vários presos da Cadeia de Viana a
serem espancados, pelos agentes da policia prisional.
Já no terceiro vídeo seis homens ligados a um supermercado de Luanda aparecem a
espancar com catanas e cassetetes a duas senhoras que supostamente teriam
roubado duas garrafas de Champanhe.
Para além do espancamento, as senhoras ainda sofreram abusos sexuais, com
introdução de cassetetes nos órgãos genitais.
No principio do ano em curso a polícia apresentou os autores materiais do
assassinato do jovem Jorge Valério,.
Valério foi espancado até á morte e os assassinos tiraram-lhe os olhos.
Espanto causou quando os executores do jovem confessaram que a mandante do
crime era a namorada de Jorge Valério, por ciúmes.
“Aquela tortura que fizeram ao jovem, agredido por uma série de pessoas,
arrancaram-lhe os olhos, não há nada que justifique coisa de tal natureza,”
disseram.
O jornalista, Reginaldo Silva, disse ser evidente o aumento da criminalidade e
violencia na cidade.
“São os miúdos nas esquinas que se anavalham, partem garrafas, discussões entre
motoristas, qualquer coisa dá origem a uma cena de violência,” disse.
O jornalista acredita que estas cenas sao apenas uma amostra do que se passa
realmente em Luanda.
“Isso são cenas de violência que são apenas a ponta do "iceberg",”
acrescentou.
O sociólogo Carlos Conceição fez notar que muitas vezes cidadãos fazem justiça
por suas próprias mãos mas que isso é indicativo de um outro mal.
“Quando os cidadãos fazem justiça por mãos próprias estão a responder a
problemas mal resolvidos,” disse Conceição para quem “isso significa que há
ausência de policiamento sério”.
“Quando há um problema no bairro, qualquer coisa eles não aparecem, só aparecem
depois das pessoas terem resolvido os seus problemas,” acrescentou.
Áudio: Casos
de violência em Luanda
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