quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cabo Verde: COMBATE AOS TRÁFICOS, BIC-BPN ISABELADO ESTENDE GARRAS NAS ILHAS




Cabo Verde deve trabalhar com outros países no combate ao tráfico - ministro da Justiça

27 de Fevereiro de 2013, 17:49

Cidade da Praia, 27 fev (Lusa) - O ministro da Justiça cabo-verdiano defendeu hoje o reforço da cooperação com outros Estados para combater o tráfico de droga que utiliza o espaço marítimo de Cabo Verde.

"Pela sua localização geoestratégica, Cabo Verde está quase que noutra estrada do tráfico marítimo da zona atlântica. Pelo que, se não nos defendermos com as forças que possam vir da cooperação internacional, estaremos seguramente numa situação muito débil", afirmou José Carlos Correia, citado pela Inforpress.

O ministro falava aos jornalistas após presidir à abertura do seminário sobre Segurança Marítima no Transatlântico, que decorre até sexta-feira na Cidade da Praia e dirigido aos membros dos países da "Zona G" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO): Cabo Verde, Gâmbia, Mauritânia, Serra Leoa e Senegal.

Para o ministro, o seminário representa uma oportunidade para as polícias Nacional (PN) e Judiciária (PJ) e a Guarda Costeira estudarem e compreenderem "mais aprofundadamente" a realidade da região no combate aos tráficos ilícitos.

"Temos que entender a importância estratégica do país no contexto africano, seja para o reforço avançado da segurança dos países do norte como da Europa e os Estados Unidos, mas também para o nosso próprio território", afirmou.

"No momento em que estamos a implementar o 'cluster do mar', queremos explorar os recursos do país e participar junto com esses Estados para obter um melhor conhecimento daquilo que se passa na nossa região", frisou José Carlos Correia.

Enaltecendo o "esforço muito grande" feito por Cabo Verde ao longo dos últimos anos para reforçar as instituições no combate aos tráficos marítimos, José Carlos Correia salientou que uma das questões que se coloca é a da jurisdição universal.

"Para que todos os Estados se envolvam de forma aberta e completa no combate às ilicitudes que ocorrem no espaço marítimo é preciso que ultrapassemos a questão da soberania de cada um dos Estados e que os criminosos possam ser perseguidos em todo o lado, para que os crimes sejam punidos e a segurança prevaleça", sublinhou.

No seminário serão avaliadas a interação entre o crime marítimo, as lacunas da justiça criminal e a capacidade/melhoria do sistema criminal na África Ocidental, assim como a natureza multidimensional dos desafios da segurança marítima, visando reforçar a lei do setor criminal e a justiça dos Estados costeiros da sub-região.

Cerca de 40 pessoas, entre responsáveis para a segurança marítima, peritos africanos e representantes da comunidade económica regional participam neste evento, organizado pelo Centro Africano de Estudos Estratégicos em Washington (ACSS) e pelo Escritório Internacional do Departamento de Estado para Leis sobre Narcóticos (INL), em parceria com o Governo de Cabo Verde.

JSD // PJA

Polícia Judiciária de Cabo Verde quer legislação comum na África Ocidental no combate ao tráfico marítimo

27 de Fevereiro de 2013, 17:56

Cidade da Praia, 27 fev (Lusa) - O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde defendeu hoje a necessidade de adequar as legislações nacionais e internacionais aos desafios no combate aos tráficos marítimos ilícitos.

Carlos Reis, citado pela Inforpress, falava após a abertura do seminário de três dias sobre Segurança Marítima no Transatlântico, dirigido aos membros dos países da "Zona G" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) - Cabo Verde, Gâmbia, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.

"É importante mudarmos as legislações nacionais da região, que têm a influência dos sistemas jurídicos de países que foram antigas potências coloniais, o que significa que, em determinadas situações, temos de fazer um esforço para assumir e alinhar com as convenções e tratados internacionais no combate ao tráfico marítimo", defendeu.

Para o diretor da polícia científica cabo-verdiana, dando tal passo, será possível criar um "espaço de compreensão da realidade de cada um dos países" e também de interoperacionalidade nesse combate.

"Há necessidade dos países da região em saber como funcionam as leis em cada um desses países, porque, às vezes, temos essa dificuldade na fiscalização das águas da região por causa das leis", frisou.

Carlos Reis considera que as vulnerabilidades cabo-verdianas são também regionais e internacionais.

Para o diretor da PJ cabo-verdiana, a localização estratégica de Cabo Verde tem também como "handicap" o facto de o arquipélago estar enquadrado numa região em que existem várias realidades, devendo, para isso, "aprender a olhar uns para os outros como tendo problemas comuns, que podem ser discutidos com soluções comuns".

E foi nesse sentido que a embaixadora dos Estados Unidos em Cabo Verde, Adrienne O'Neal, disse que um dos objetivos do seu país é envolver os governos da região oeste-africana na questão da segurança marítima.

O seminário é o culminar da iniciativa norte-americana e é o primeiro de três workshops que vão acontecer na África Ocidental para recolher ideias estratégicas e boas práticas de todos os países envolvidos.

O evento é promovido pelo Centro Africano de Estudos Estratégicos em Washington (ACSS) e pelo Escritório Internacional do Departamento de Estado para Leis sobre Narcóticos (INL), em parceria com o Governo de Cabo Verde.

Segundo a diplomata norte americana, a escolha de Cabo Verde para o seminário tem a ver com a localização geográfica estratégica entre os Estados Unidos, África e Europa.

No seminário serão avaliadas a interação entre o crime marítimo, as lacunas da justiça criminal e a capacidade/melhoria do sistema criminal na África Ocidental, assim como a natureza multidimensional dos desafios da segurança marítima, para reforçar a lei do setor criminal e a justiça dos Estados costeiros da região.

JSD // PJA

BIC Angola quer BPN Cabo Verde - imprensa cabo-verdiana

28 de Fevereiro de 2013, 11:26

Cidade da Praia, 28 fev (Lusa) - A imprensa cabo-verdiana noticiou hoje que o Banco Internacional de Angola (BIC) "está prestes" a adquirir ao Estado português os ativos do BPN-IFI em Cabo Verde.

Segundo a edição de hoje do semanário A Nação, o administrador do BIC, Fernando Teles, indicou que o negócio, a concretizar-se, abrirá portas aos dois principais acionistas, o português Américo Amorim e a angolana Isabel dos Santos, ambos com 25% do capital, à criação de um banco comercial de raiz no país.

Depois da Sonangol, do Banco Africano de Investimentos (BAI) e da Unitel (telecomunicações, com a aquisição da "T+"), escreve-se no jornal, é agora a vez do BIC, o maior banco privado angolano, apostar no mercado financeiro cabo-verdiano.

O BIC adquiriu por 40 milhões de euros o Banco Português de Negócios, entidade presente em Cabo Verde através de uma Instituição Financeira Internacional (IFI), na prática, uma 'offshore'.

Segundo fontes citadas pelo A Nação, o BIC pretende há muito abrir um banco comercial em Cabo Verde, tendo iniciado um processo de formalização do pedido de alvará junto do Banco de Cabo Verde (BCV).

Contactadas hoje pela agência Lusa, fontes do BCV nada adiantaram, nem mesmo se o banco central cabo-verdiano confirma que está à espera da conclusão de um estudo de mercado.

"O projeto, acrescenta-se no A Nação, faz parte dos planos de expansão em curso na empresa - Brasil, Namíbia e Zimbabué são outros mercados a explorar -, mas, apesar de, oficialmente, os gestores do BIC falarem apenas em interesse, o facto é que o banco luso-angolano vai instalar-se nos próximos tempos em Cabo Verde", escreve-se.

O jornal adianta que o BIC aguarda apenas 'luz verde' do Estado português para avançar com a absorção do BPN-IFI em Cabo Verde para, citando Fernando Teles, manter o mesmo modelo de negócio.

Citando também um especialista cabo-verdiano em mercados financeiros, o A Nação indica que a compra do BPN-IFI e a transformação em banco 'onshore' "pouparia muito tempo" na obtenção da licença de operação.

"Seja como for, o certo e que o BIC pretende entrar em Cabo Verde, trazendo uma vasta carteira de investimentos para as mais diversas áreas. Aliás, Angola dá cada vez mais sinais de querer apostar na economia nacional, fugindo um pouco do mercado português, onde já domina em quase todos os setores", escreve-se na notícia.

Segundo o A Nação, o arquipélago cabo-verdiano "surge como uma das grandes alternativas à política económica expansionista" de Luanda, que "quer aproveitar a embalagem" para financiar as grandes obras previstas para os próximos tempos em Cabo Verde, colocando dois grandes bancos como "players" de referência - BAI, há quatro anos no país, e BIC.

O primeiro investimento de peso de Angola em Cabo Verde foi feito através da Sonangol, dona de 38% do capital da Enacol, parceira da Galp.

A Sonangol CV, com sede na ilha cabo-verdiana do Sal, adquiriu 5% da CV Telecom, parceira da Portugal Telecom, sendo ainda o maior acionista do BAI.

No final de 2012, a Unitel assumiu o controlo da operadora móvel cabo-verdiana 'T+', estando a empresária Isabel dos Santos ligada, assim, às duas principais empresas de telecomunicações de Cabo Verde.

O Governo cabo-verdiano já admitiu, por outro lado, ter sondado Angola para parcerias nas áreas dos transportes aéreos e energia.

JSD // MSF

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