... aos trabalhadores entre 40 a 50%
JSD – APN - Lusa
Cidade da Praia, 18
fev (Lusa) - O secretário-geral da Confederação Cabo-Verdiana dos Sindicatos
Livres (CCSL) acusou hoje o Governo de Cabo Verde de reduzir a pensão de
reforma dos funcionários públicos e privados em cerca de 40 a 60 por cento.
Numa conferência de
imprensa, José Manuel Vaz adiantou que a medida, vetada entretanto pelo
presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, abrange todos os trabalhadores
segurados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
"A um
funcionário que recebia a pensão de 42.327 escudos (383,86 euros) foi fixada
uma outra de reforma de 20.404 escudos (185,04 euros)", exemplificou.
José Manuel Vaz
considerou a medida do Governo "bastante injusta e prejudicial",
sublinhando que não ficaram salvaguardados os direitos adquiridos dos
reformados segurados que, na altura, já tinham atingido o período de garantia
para a reforma por velhice.
O secretário da
CCSL acusou ainda o executivo de José Maria Neves de não ter respeitado outros
direitos, nomeadamente os de assistência médica e medicamentosa e outras
prestações complementares.
"O Governo tem
apostado e obstaculizado, a todo custo, a participação dos parceiros sociais na
gestão do INPS, sabendo de antemão que não iriam aceitar nem tolerar a gestão
danosa a que a segurança social está votada, pondo em causa a sustentabilidade
do sistema", sustentou.
José Manuel Vaz
acusou o Governo de desviar milhões de contos da segurança social e do fundo
das pensões dos segurados do INPS para fins que nada têm a ver com a
necessidade dos segurados do INPS, levando a atrasos significativos no
pagamento de algumas prestações aos segurados.
"A situação é
grave e a CCSL e outros sindicatos filiados vão continuar a apoiar qualquer
luta que for necessária para inverter a tamanha injustiça do Governo de José
Maria Neves", concluiu.
A 06 deste mês, o
presidente cabo-verdiano vetou o diploma destinado a alterar os atos
legislativos que instituíram a proteção social mínima e a pensão do regime não
contributivo de segurança social, alegando que o executivo pretende, por razões
orçamentais, "suprimir" os acréscimos de 50 por cento relativos à
pensão social de invalidez dos beneficiários que atingem os 60 anos, entre
outras questões.
Um dia depois, o
Governo afirmou "estranhar" o argumento de "falta de justiça
social" subjacente ao veto presidencial, contestando as justificações de
Jorge Carlos Fonseca no que diz respeito às alterações dos atos legislativos
que instituem a proteção social mínima e a pensão do regime não contributivo de
segurança social.
Sem comentários:
Enviar um comentário