Introdução PG
Os economista
dizem-se surpreendidos com o desastre que é o que se depara a Portugal. Surpreendidos?
Mas quem se pode surpreender com os resultados à vista e sentidos na pele, na
vida, dos portugueses miserabilizados pelo seu servilismo aos mercados, à alta
finança? Surpreendidos uma ova! Os economistas, os que assim se disseram
surpreendidos andaram a estudar nas universidades como o fez (não fez) o
trafulha Miguel Relvas? É provável. Só assim se explica o grau de surpresa que
admitem ter. O resultado das políticas de Passos, Gaspar, Troika, banqueiros e
estes megeros economistas eram mais que esperados e foi mais que previsto ao
longo de mais de um ano de declarações-previsões nos órgãos de comunicação
social. A política é a do “deita-a-baixo” para criar todas as condições que
causem a baixa e/ou a destruição das liberdades, direitos e garantias
conferidas pela Constituição da República Portuguesa, os ACT, as condições mínimas
de remuneração dos trabalhadores. O objetivo é derrubar a Justiça, a justiça
social, a Democracia, e pôr ainda mais em prática o capitalismo selvagem, de acordo com os
que governam em nome de banqueiros e outros mastins que neste período de guerra
aberta aos povos continuam e cumprir a velha frase de “os pobres cada vez mais
pobres para que os ricos sejam cada vez mais ricos”. Os economistas, aqueles
que se dizem surpreendidos, só podem ser instrumentos cúmplices desses mesmos
nefastos gananciosos, caso contrário seriam honestos e diriam o que era e é mais que previsível: estas políticas impostas
por Passos-Gaspar-Troika só podem levar a estas circunstâncias e resultados. Os
que se dizem surpreendidos não são mais nem menos que uns vendidos olhando para
os seus umbigos numa ganância e avareza revoltantes ignorando a miséria e fome
que assola os portugueses. Diz-se “Vai estudar Relvas”, acrescente-se: “Vão
estudar, economistas surpreendidos!” Esses "surpreendidos" são da laia de deste mau-governo e do basbaque que se encontra em Belém e usa sem dignidade a denominação de presidente da república de todos os portugueses. Uma ova! (AV-PG)
Grau da recessão
surpreende economistas. Aumenta o risco para 2013
Bruno Faria Lopes –
Jornal i
Aceleração do ciclo
recessivo surpreende economistas e reforça riscos este ano. PIB caiu perto de
7% desde o pico trimestral no final de 2007
A economia
portuguesa fechou 2012 a cair pelo oitavo trimestre consecutivo e ao ritmo mais
alto desde o início do programa da troika, mostra a estimativa preliminar ontem
divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O impacto da recessão
europeia – cuja dimensão foi ontem conhecida e também surpreendeu os
economistas pela severidade – está a travar o único motor que funciona em
Portugal, as exportações, reforçando o risco de que a contracção este ano seja
mais forte que o previsto pelo governo e pela troika.
Os números “não são
nada favoráveis”, como admite o economista João César das Neves, professor da
Universidade Católica de Lisboa. A economia encolheu 3,8% nos últimos três
meses de 2012 face ao mesmo período em 2011 e perdeu 1,8% em comparação com o
terceiro trimestre do ano, valores mais graves que o previsto quer pelos
economistas quer pelo governo. Globalmente, em 2012 a economia recuou 3,2%,
mais duas décimas que a última previsão do governo (e quatro face à primeira).
“O dado mais
preocupante é o facto da evolução em cadeia [comparando com o trimestre
precedente] ter mostrado um comportamento pior do que nos trimestres
anteriores, ou seja, estamos perante uma aceleração do ritmo recessivo”, realça
Filipe Garcia, economista da consultora financeira IMF, no Porto. Tirando o
primeiro trimestre de 2009 – que marcou o início da recessão na ressaca da
crise financeira mundial – o fecho do ano passado registou os níveis trimestrais
de contracção mais elevados desde pelo menos 1995, data de início da compilação
da série de dados do INE. Ao todo, desde o pico trimestral do PIB no final de
2007, o PIB já encolheu mais de 6,5% desde o ciclo recessivo iniciado em 2009
(apenas interrompido de forma breve em 2010), um valor sem precedentes na
democracia portuguesa.
O relatório
preliminar do INE não detalha os desempenhos das variáveis que compõem o PIB –
procura interna (investimento e consumo) e externa líquida (exportações deduzidas
de importações) –, mas adianta uma diminuição significativa do contributo da
procura externa líquida. Números publicados esta semana pelo INE já tinham dado
conta de uma travagem a fundo do crescimento das exportações, com queda nas
vendas para o mercado comunitário, provocada pela contracção económica nos
principais destinos europeus de exportação.
Com o consumo
interno e o investimento ainda em queda este ano – embora a menor ritmo,
acreditam economistas e governo – o efeito da contracção externa está a
complicar a situação portuguesa. O Eurostat divulgou ontem um recuo de 0,6% no
produto interno bruto dos 17 membros do euro no último trimestre, levando a que
2012 tenha sido o primeiro ano sem qualquer trimestre de crescimento na
história do euro. Todas as maiores economias caíram, com a principal, a
Alemanha, a mostrar o pior desempenho trimestral (-0,6%) desde o impacto da
crise mundial em 2009.
E 2013? Agora
os economistas sondados pelo i – Filipe Garcia, João César das Neves
e Paula Carvalho (BPI) – preferem esperar por mais dados do início deste ano
antes de mudarem as previsões, embora concedam que os riscos de degradação
aumentaram. A magnitude da recessão este ano dependerá da profundidade da
contracção na zona euro, bem como do agravamento da incerteza interna sobre
mais medidas de austeridade (que mina a crucial estabilização das expectativas
de empresários e famílias).
“Perante os factos
é possível que a troika relaxe os esforços exigidos e melhore as condições do
programa”, acrescenta Paula Carvalho, economista do Banco BPI. Filipe Garcia
concorda, mas noutro plano: “Não ficaria surpreso com uma evolução positiva ao
nível dos meios de financiamento disponíveis”.
A caminho da sétima
avaliação regular da troika, marcada para o final deste mês, está já a subir a
pressão dos deputados da maioria sobre o governo, para pedir à troika mais
financiamento para a economia (ver texto na página 2). Após a avaliação o
governo apresentará a revisão em baixa das previsões para 2013, agora fixadas
em -1% para o PIB e em 16,4% para o desemprego. A generalidades dos economistas
prevê uma contracção acima de 2% e o Banco de Portugal aponta um recuo de 1,8%.
*Título PG
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