RTP – Lusa - 31.01.13
O
ex-secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, confirmou hoje que
vai entrar na disputa à liderança do PAIGC e a sua candidatura à presidência do
partido guineense será apresentada entre "finais de fevereiro e o início
de março".
"Posso assegurar
que [a preparação da candidatura] está muito melhor do que eu podia
perspetivar", disse a Lusa o dirigente, antigo secretário-executivo da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cargo que ocupou entre 2008 e 2012.
Presente em Lisboa
"para ultimar a preparação do manifesto que vamos apresentar para a
candidatura a liderança do PAIGC"", Simões Pereira explicou que a sua
candidatura tem-se deparado com "um movimento bastante positivo" e
"muita esperança por parte da sociedade" que possa "representar uma
viragem importante no país".
Simões Pereira
disse que tem sido bem acolhido no seu país, tem ouvido muitas recomendações:
"todas no sentido de podermos levar uma apreciação e uma apresentação
diferente para o país".
"Nós temos
argumentado que a política não pode servir simplesmente como um trampolim para
o poder. Nós pensamos que deve haver um debate de substância sobre os
principais problemas com que se depara a Guiné, mas sobretudo, nós temos de
apresentar projetos de sociedade", afirmou.
"Nós queremos
dar esse passo, por isso, o nosso manifesto é uma apresentação da nossa visão
sobre aquilo que a Guiné-Bissau, enquanto país, enquanto sociedade, carece e
aquilo que pode ser o nosso contributo neste sentido", sublinhou ainda.
Domingos Simões
Pereira é engenheiro civil e industrial, formado pelo Instituto de Engenharia
de Odessa (Ucrânia) e mestre em Ciências da Engenharia Civil pela Universidade
Estatal de Califórnia, em Fresno.
Simões Pereira foi
conselheiro do primeiro-ministro da Guiné-Bissau para as Infraestruturas por
conta do Banco Mundial, ministro das Obras Públicas, Construções e Urbanismo e
também ministro do Equipamento Social, além de ter ocupado outros cargos na
estrutura estatal guineense.
O antigo ministro
dos Recursos Naturais, da Educação, da Defesa e da Função Pública, Aristides
Ocante da Silva, também já apresentou, na semana passada, a sua candidatura a
líder do PAIGC.
Braima Camará,
presidente da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau, mostrou a intenção de
disputar a presidência do partido, mas ainda não formalizou a candidatura.
O primeiro-ministro
deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, assumiu-se como "candidato
natural" à presidência do país na semana passada.
O congresso do
PAIGC deverá realizar-se em maio, depois de ser adiado, já que estava previsto
para acontecer em janeiro.
A Guiné-Bissau
sofreu um golpe de Estado, levado a cabo por militares, a 12 de abril de 2012 e
o governo de transição prometeu eleições gerais em abril deste ano, entretanto,
o sufrágio foi adiado.
Vários partidos
políticos da Guiné-Bissau reuniram-se hoje na capital para debater o período de
transição em curso, com uns a advogar que as eleições sejam realizadas em
outubro deste ano e outros em novembro de 2014.
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