sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ex-secretário-executivo da CPLP vai apresentar candidatura à liderança do PAIGC




RTP – Lusa - 31.01.13

O ex-secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, confirmou hoje que vai entrar na disputa à liderança do PAIGC e a sua candidatura à presidência do partido guineense será apresentada entre "finais de fevereiro e o início de março".

"Posso assegurar que [a preparação da candidatura] está muito melhor do que eu podia perspetivar", disse a Lusa o dirigente, antigo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cargo que ocupou entre 2008 e 2012.

Presente em Lisboa "para ultimar a preparação do manifesto que vamos apresentar para a candidatura a liderança do PAIGC"", Simões Pereira explicou que a sua candidatura tem-se deparado com "um movimento bastante positivo" e "muita esperança por parte da sociedade" que possa "representar uma viragem importante no país".

Simões Pereira disse que tem sido bem acolhido no seu país, tem ouvido muitas recomendações: "todas no sentido de podermos levar uma apreciação e uma apresentação diferente para o país".

"Nós temos argumentado que a política não pode servir simplesmente como um trampolim para o poder. Nós pensamos que deve haver um debate de substância sobre os principais problemas com que se depara a Guiné, mas sobretudo, nós temos de apresentar projetos de sociedade", afirmou.

"Nós queremos dar esse passo, por isso, o nosso manifesto é uma apresentação da nossa visão sobre aquilo que a Guiné-Bissau, enquanto país, enquanto sociedade, carece e aquilo que pode ser o nosso contributo neste sentido", sublinhou ainda.

Domingos Simões Pereira é engenheiro civil e industrial, formado pelo Instituto de Engenharia de Odessa (Ucrânia) e mestre em Ciências da Engenharia Civil pela Universidade Estatal de Califórnia, em Fresno.

Simões Pereira foi conselheiro do primeiro-ministro da Guiné-Bissau para as Infraestruturas por conta do Banco Mundial, ministro das Obras Públicas, Construções e Urbanismo e também ministro do Equipamento Social, além de ter ocupado outros cargos na estrutura estatal guineense.

O antigo ministro dos Recursos Naturais, da Educação, da Defesa e da Função Pública, Aristides Ocante da Silva, também já apresentou, na semana passada, a sua candidatura a líder do PAIGC.

Braima Camará, presidente da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau, mostrou a intenção de disputar a presidência do partido, mas ainda não formalizou a candidatura.

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, assumiu-se como "candidato natural" à presidência do país na semana passada.

O congresso do PAIGC deverá realizar-se em maio, depois de ser adiado, já que estava previsto para acontecer em janeiro.

A Guiné-Bissau sofreu um golpe de Estado, levado a cabo por militares, a 12 de abril de 2012 e o governo de transição prometeu eleições gerais em abril deste ano, entretanto, o sufrágio foi adiado.

Vários partidos políticos da Guiné-Bissau reuniram-se hoje na capital para debater o período de transição em curso, com uns a advogar que as eleições sejam realizadas em outubro deste ano e outros em novembro de 2014.

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