SBR – PJA - Lusa
Lisboa, 01 fev
(Lusa) -- O plano de ação para uma futura adesão da Guiné Equatorial à
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa "está a progredir", refere
o secretário executivo da organização, defendendo que o país deve sair do
"isolamento".
Em declarações à
agência Lusa a partir de Malabo, a capital equato-guineense, Murade Murargy,
que está na Guiné Equatorial desde quinta-feira, a convite do presidente
Teodoro Obiang, recordou que o processo de adesão do país africano "tem
várias etapas".
A Guiné Equatorial
tem demonstrado "uma abertura grande" e a "progressão" está
a acontecer "a todos os níveis", sublinhou.
Destacando que
ainda não há "uma opinião final" da CPLP sobre a adesão da Guiné
Equatorial, assunto que tem sido adiado cimeira após cimeira, Murade Murargy
observou "evolução" no terreno.
"Há um
desenvolvimento económico visível, estão a ser construídas casas sociais, a
Cruz Vermelha já está no país", enumerou, reconhecendo, por outro lado,
que "tem todas as dificuldades semelhantes a qualquer outro país
africano".
A Guiné Equatorial
revela "uma abertura grande", descreve. "É um país que tem de
ser apoiado, não pode ficar no isolamento em que está", defende.
Murade Murargy
realçou que a visita em curso a Malabo não é uma "inspeção", mas uma
viagem a convite para "ver com os próprios olhos", durante a qual se
vai encontrar com o presidente Obiang, na segunda-feira, com o
primeiro-ministro e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Educação e
da Comunicação.
Além disso, tem
conversado "com pessoas na rua, em encontros não programados".
O anterior
secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, efetuou quatro visitas à
Guiné Equatorial. "Nunca estive em nenhum país que tivesse registado
mudanças físicas tão assinaláveis em tão curto espaço de tempo", destacou,
em entrevista à Lusa, no final do seu mandato, em julho de 2012.
A Guiné Equatorial,
país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais
fechados do mundo por organizações de direitos humanos, tem estatuto de país
observador na CPLP desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado,
devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em
Díli, capital de Timor-Leste, em 2014.
Na última cimeira
de chefes de Estado e de governo da CPLP, a 20 de julho de 2012, a adesão plena
da Guiné Equatorial foi de novo adiada e, ao contrário do que tinha acontecido
dois anos antes, não foi fixado qualquer prazo para voltar a debater o assunto.
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