Bissau (Gabinete de
Imprensa da Presidência da República, 15 de Fevereiro de 2013) – O novo
representante especial do Secretário Geral da ONU para a Guiné-Bissau, José
Ramos-Horta, foi recebido em audiência esta sexta-feira, 15 de Fevereiro de
2013, pelo Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo.
Após esta sua
primeira audiência e, em declarações à imprensa, Ramos-Horta caracterizou
Serifo Nhamajo de “uma pessoa extremamente lúcida, com uma enorme simplicidade
e humildade e, sobretudo com uma enorme coragem e vontade profunda de tirar o
país desta crise. Ele como guineense em primeiro lugar e como Chefe de Estado,
demonstrou ter mágoas no coração por todas essas dificuldades pelo que passa o
país, o descrédito em que caiu a Guiné-Bissau perante a Comunidade
Internacional, portanto senti da parte dele, alguém com quem a ONU pode contar
e muito para trabalhar, assim como com outros actores nacionais para juntos
possamos levar a Guiné-Bissau sair deste ciclo de tantos anos de instabilidade”.
Sobre as
espectativas que se criaram à volta da sua presença na Guiné-Bissau,
Ramos-Horta disse serem “totalmente naturais, tendo em conta a situação difícil
que se vive no país, as pessoas podem ver em alguém como eu que os guineenses
conhecem e nutrem uma enorme simpatia e amizade, como prova a consternação que
causou o atentado contra a minha pessoa há cinco anos em que quase perdia a
vida. Portanto há esta espectativa mas também devo dizer que o Senhor
Secretário Geral da ONU, o Presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão
Barroso, os dirigentes da CEDEAO, da União Africana e o Presidente da Nigéria
com quem mantive contato em Addis Abeba, todos se mostraram preocupados, por
isso comprometidos e dispostos a ajudar”.
Por tudo isso,
adiantou à imprensa José Ramos Horta que, “não haverá dificuldades para criar
consensos a nível da Comunidade Internacional mas, cabe aos irmãos guineenses,
sobretudo aos actores políticos dialogarem seriamente, concordarem e adoptarem
rápidamente um roteiro consensual que a CEDEAO possa analisar e submeter a
aprovação da ONU para aplicação”.
Ramos-Horta disse
estar bastante “optimista e confiante porque reparei nas pessoas, muita vontade,
para que este processo de transição se desemboque numa resolução definitiva de
paz para a Guiné-Bissau, mesmo reconhecendo que existem ainda enormes desafios,
como por exemplo fazer face à situações imprevisíveis. Por isso temos que ser
prudentes e não excessivamente optimistas, mesmo sabendo que as Nações Unidas e
os nossos parceiros todos juntos, estamos atentos e com vontade de apoiar este
processo de transição, para que seja o mais abrangente e credível possível, até
a realização das próximas eleições, sobra as quais eu acho que não devemos
apressar ou forçar demais, sem que haja primeiro um consenso nacional sobre que
rumo a dar a este país, de forma a que os resultados saídos dessas eleições
sejam credíveis e aceites por todos”.
Desde que chegou à Bissau
quarta-feira passada dia 13 deste mês, o novo representante especial do
Secretário Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, já manteve encontros de
trabalho com o Primeiro-ministro Rui Duarte Barros, com o Presidente da
Assembleia Nacional Popular Ibraima Sori Djaló, com o Ministro da Justiça, com
o Corpo Diplomático.
A agenda de
Ramos-Horta aponta para encontros de género com os Partidos políticos, com a
sociedade civil, para depois poder-se pronunciar em conferência de imprensa,
sobre o estado em que encontrou o país.
Fonte: Guiné-Bissau com foto
*Também publicado
em TIMOR LOROSAE NAÇÃO com opinião e notícias daquela região oriental do mundo
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