MYB – JMR - Lusa
São Tomé 01 fev
(Lusa) - Os países africanos de língua oficial portuguesa vão propor à
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) uma saída para a crise na
Guiné-Bissau, disse hoje à Lusa, a ministra são-tomense dos Negócios
Estrangeiros, Cooperação e Comunidades.
Natália Umbelina,
que regressou na quinta-feira da Etiópia onde participou na vigésima
conferência da União Africana, disse que os representantes de Angola, Cabo
Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe reuniram-se à margem deste encontro
para "concertar posições" sobre a Guiné-Bissau.
"Tivemos uma
reunião entre os PALOP para juntos refletirmos um pouco mais, concertarmos as
nossas posições, para numa próxima reunião da CPLP podermos também levar o
nosso apoio, o apoio dos cinco países de língua oficial portuguesa em África
para que rapidamente a Guiné-Bissau possa conhecer novas esperanças",
explicou Natália Umbelina.
A governante
são-tomense reconhece que se trata de "uma aproximação" que os PALOP
estão a fazer em relação a um dos seus membros mas rejeita a ideia de que essa
posição seja uma legitimação do governo interino instalado depois do golpe de
Estado de 12 de abril de 2012.
A chefe da
diplomacia são-tomense defende que "a Guiné-Bissau sozinha tem
dificuldades em conseguir a saída da crise, precisa de ajuda e essa ajuda está
a vir de todos os cantos: da CPLP, da CEDEAO, está a vir da União Africana, da
União Europeia e do próprio Banco Mundial".
"Ainda ontem
vimos na televisão que o Banco Mundial esteve na Guiné -Bissau a negociar. Mas
só dará o passo em frente quando forem levantadas as sanções e essas sanções só
serão levantadas quando houver de facto um pacto de regime, quando houver um
governo inclusivo", acrescentou.
"Os parceiros
da Guiné-Bissau estão neste momento a ajudar a encontrar este caminho que é o
pacto de regime e um governo inclusivo, para juntos irem repondo as
instituições democráticas até as eleições que é um trabalho progressivo e
paulatino", concluiu Natália Umbelina.
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