quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Portugal: Denúncia de Franquelim não bate certo com a Comissão de Inquérito




Filipe Santos Costa - Expresso

Álvaro Santos Pereira volta a defender o seu novo secretário de Estado e reescreve conclusões da comissão de inquérito ao BPN. Mas as contradições mantêm-se.

O ministro da Economia voltou esta manhã a defender o seu novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves, fazendo um rasgado elogio aos seus 43 anos de "dedicação à causa pública".


Confrontado pelo PS, na comissão parlamentar de Segurança Social, onde está a ser ouvido, Álvaro Santos Pereira foi mais longe e considerou que o novo secretário de Estado "foi uma das pessoas que ajudou desmarcarar fraude do BPN".

Uma afirmação que não tem sustentação nas atas da primeira comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN - pelo contrário, nos trabalhos dessa comissão ficou claro, na audição então feita a Franquelim Alves, que o mesmo não só validou contas fraudulentas como, tendo conhecimento de ilícitos relacionados com o Banco Insular, não os comunicou de imediato ao Banco de Portugal.

Factos reconhecidos pelo próprio e que têm sido recordados pelos partidos da oposição e por fontes anónimas do CDS.

Apesar disso, Santos Pereira defendeu em toda a linha o seu novo "ajudante". "Acho absolutamente lamentável que tenha havido uma tentativa de linchamento público do dr. Franquelim Alves, quando foi uma das pessoas que ajudou a desmarcarar a fraude do BPN", disse o ministro, considerando que "a questão da idoneidade e credibilidade nunca foi minimamente posta causa" ao longo da carreira do novo governante.

Nuno Sá, do PS, primeiro deputado da oposição a questionar o ministro, tinha declarado que "a quem ocupa cargos publicos, nomeadamente no Governo, é bom que haja toda a transparência para que haja autoridade moral", e declarou a sua perplexidade: "Não percebemos porque é que no currículo do secretário de Estado estava omitida a sua passagem pelo BPN e pela Sociedade Lusa de Negócios".

A esta questão em concreto, Santos Pereira não respondeu. Mas o assunto deverá voltar a ser levantado pelo BE e pelo PCP.

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