Filipe Santos Costa
- Expresso
Álvaro Santos
Pereira volta a defender o seu novo secretário de Estado e reescreve conclusões
da comissão de inquérito ao BPN. Mas as contradições mantêm-se.
O ministro da Economia voltou esta manhã a defender o seu novo secretário de
Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves, fazendo um rasgado elogio aos
seus 43 anos de "dedicação à causa pública".
Confrontado pelo
PS, na comissão parlamentar de Segurança Social, onde está a ser ouvido, Álvaro
Santos Pereira foi mais longe e considerou que o novo secretário de Estado
"foi uma das pessoas que ajudou desmarcarar fraude do BPN".
Uma afirmação que
não tem sustentação nas atas da primeira comissão parlamentar de inquérito ao
caso BPN - pelo contrário, nos trabalhos dessa comissão ficou claro, na audição
então feita a Franquelim Alves, que o mesmo não só validou contas fraudulentas
como, tendo conhecimento de ilícitos relacionados com o Banco Insular, não os
comunicou de imediato ao Banco de Portugal.
Factos reconhecidos
pelo próprio e que têm sido recordados pelos partidos da oposição e por fontes
anónimas do CDS.
Apesar disso,
Santos Pereira defendeu em toda a linha o seu novo "ajudante".
"Acho absolutamente lamentável que tenha havido uma tentativa de
linchamento público do dr. Franquelim Alves, quando foi uma das pessoas que
ajudou a desmarcarar a fraude do BPN", disse o ministro, considerando que
"a questão da idoneidade e credibilidade nunca foi minimamente posta
causa" ao longo da carreira do novo governante.
Nuno Sá, do PS,
primeiro deputado da oposição a questionar o ministro, tinha declarado que
"a quem ocupa cargos publicos, nomeadamente no Governo, é bom que haja
toda a transparência para que haja autoridade moral", e declarou a sua
perplexidade: "Não percebemos porque é que no currículo do secretário de
Estado estava omitida a sua passagem pelo BPN e pela Sociedade Lusa de
Negócios".
A esta questão em
concreto, Santos Pereira não respondeu. Mas o assunto deverá voltar a ser
levantado pelo BE e pelo PCP.
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