... a melhorar casernas
FP - MB – PJA Lusa,
com foto
O representante do
secretário-geral da ONU em Bissau, José Ramos-Horta, afirmou-se hoje "com
o coração partido" pelas más condições em que vivem os militares do país,
acrescentando que tudo fará para ajudar a mudar a situação.
Ramos-Horta
reuniu-se hoje no forte de Amura, em Bissau, com as chefias militares, com quem
discutiu a reorganização das Forças Armadas.
Em declarações aos
jornalistas após o encontro José Ramos-Horta afirmou-se "profundamente
triste" com as condições em que vivem os militares, acrescentando: "
nós não temos muita autoridade moral para os criticar se os governantes da
Guiné-Bissau, se a comunidade internacional, não conseguem dar uma vida digna
aos militares deste país".
"Não posso
prometer muito mas tudo farei junto de países amigos para que finalmente alguém
possa como medida prioritária reabilitar a caserna dos militares",
afirmou.
De acordo com
Ramos-Horta, o chefe das Forças Armadas, António Injai, e os outros generais
concordam que é prioridade absoluta a reabilitação dos quartéis, seguida de
"uma reforma profunda das Forças Armadas" e só depois recrutamento de
novos militares.
"Concordo com
o que eles dizem, reabilitação, reforma e recrutamento", disse.
O porta-voz do
Estado Maior das Forças Armadas, Daba Na Walna, disse aos jornalistas que os
militares esperam de Ramos-Horta que ele ajude de facto a Guiné-Bissau "a
cumprir aquilo que as Nações Unidas acharam ser a sua obrigação para com a
Guiné-Bissau".
Questionado pelos
jornalistas o porta-voz, rosto do golpe de Estado de 12 de abril passado,
explicou que os militares não impuseram nenhuma agenda de transição nem que o
período de transição seja alargado para três anos (proposta que fez no passado
sábado).
"Não foi
decidido nada aqui ao nível das Forças Armadas, apenas mostrámos a nossa
posição, que não implica imposição. Somos a favor de uma transição responsável
e não de uma transição precipitada", disse.
José Ramos-Horta
encontra-se hoje também com organizações da sociedade civil e na quinta-feira
juntou-se com responsáveis das comunidades muçulmana, católica e evangélica.
Fonte contactada
pela Lusa disse que neste encontro os religiosos apresentaram as preocupações
sobre a situação do país e mostraram-se disponíveis para colaborar com a ONU no
esforço de estabilização do país.
Ramos-Horta, disse
a fonte, disse que conta muito com eles, pela experiência que têm em lidar
diretamente com o povo, e que terão outros encontros do género.
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