sexta-feira, 15 de março de 2013

Guiné-Bissau: GOLPE DE INDUTA, ROUBO NO ESTÁDIO, UE E ONU, GOLPISTAS REMODELADOS

 


Capitão que tentou assaltar quartel na Guiné-Bissau diz ter sido 'mandado' pelo ex-CEMGFA Zamora Induta
 
13 de Março de 2013, 18:23
 
Bissau, 13 mar (Lusa) - O capitão do exército da Guiné-Bissau Pansau N'Tchama, que está a ser julgado por tentativa de assalto ao quartel dos comandos, disse hoje que foi "mandado executar aquela missão" pelo ex-Chefe das Forças Armadas Zamora Induta.
 
Em audiência de julgamento, Pansau N'Tchama disse ter sido "usado por uma operação" que, nas suas palavras, foi planeado por Zamora Induta a partir da Gambia e que consistia em "repor a ordem constitucional" na Guiné-Bissau "formar um Governo de unidade nacional" e "refundar as Forças Armadas".
 
O capitão fez estas afirmações, segundo o próprio, "para confirmar" tudo o que já havia dito à promotoria da justiça militar na fase dos inquéritos a que se seguiu a sua detenção em novembro passado.
 
Estádio Nacional da Guiné-Bissau assaltado uma semana após remodelação
 
13 de Março de 2013, 18:29
 
Bissau, 13 mar (Lusa) - O Estádio Nacional de futebol da Guiné-Bissau, remodelado por chineses e entregue na semana passada, foi assaltado, tendo sido roubados dois painéis solares e três colunas do som, disse hoje à Lusa fonte da direção-geral do Desporto.
 
De acordo com a fonte, o assalto ocorreu na madrugada de domingo para segunda-feira mas até hoje não se sabe quem foi o autor do roubo. A Polícia Judiciária já está no terreno com vista a tentar descobrir o autor do roubo.
 
No dia da entrega da infraestrutura pela equipa chinesa que a reconstruiu, o Presidente guineense de transição, Serifo Nhamadjo, pediu ao primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, para que colocasse uma equipa de segurança no local.
 
UE e ONU em sintonia quanto a resolução da crise na Guiné-Bissau
 
13 de Março de 2013, 20:11
 
Bissau, 13 mar (Lusa) - A União Europeia e as Nações Unidas estão em sintonia quanto a medidas a tomar pela comunidade internacional para apoiar a resolução da crise na Guiné-Bissau, segundo um comunicado hoje divulgado em Bissau pela representação europeia.
 
O comunicado surge na sequência de uma reunião, na terça-feira, entre o embaixador da União Europeia em Bissau, Joaquín González-Ducay, e o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no país, José Ramos-Horta.
 
No final da reunião, segundo o comunicado, González-Ducay afirmou-se satisfeito com a "convergência completa de pontos de vista" sobre "as alternativas que a Guiné-Bissau tem pela frente, e as diferentes medidas que a comunidade internacional poderia adotar para favorecer a conclusão da crise atual e para criar as bases de uma democracia sólida, orientada ao desenvolvimento social e económico do país, em harmonia com os seus parceiros da sub-região".
 
PRS concorda com remodelação do Governo guineense que mantenha PM
 
14 de Março de 2013, 14:02
 
Bissau, 14 mar (Lusa) - O Partido da Renovação Social (PRS), o segundo mais votado na Guiné-Bissau nas últimas eleições legislativas, concorda com uma remodelação governamental "profunda", desde que se mantenha o primeiro-ministro, Rui de Barros.
 
"Concordamos com uma remodelação em maio, com um Governo de base alargada e inclusiva, desde que se mantenha o primeiro-ministro", disse hoje em conferência de imprensa o vice-presidente do partido Jorge Malu.
 
Numa conferência de imprensa para se posicionarem sobre o atual momento político da Guiné-Bissau, os dirigentes do partido disseram que o PRS está pronto para eleições "no mês que vem" mas defenderam que o período de transição deveria de ser de mais 18 meses.
 
A Guiné-Bissau vive um período de transição na sequência de um golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado, que derrubou os governantes eleitos. O período de transição deveria terminar até maio deste ano, mas foi prorrogado até final do ano. Parceiros internacionais e alguns partidos defendem eleições este ano e outros defendem o aumento do período para 2014.
 
Certório Biote, também vice-presidente, explicou que o PRS defende uma maior transição, mas que está aberto "a discutir com os parceiros e a alterar a posição, quando for convencido pela maioria".
 
O responsável afirmou ainda que o PRS também está disposto, se vencer as eleições, a protagonizar um Governo de inclusão. Aliás, disse, deveria haver um "segundo período de transição, de 10 a 15 anos" durante o qual os partidos deviam "andar juntos" num quadro constitucional.
 
"Queremos banir da mentalidade guineense que quem ganha, ganha tudo, e que quem perde, perde tudo", acrescentou Jorge Malu.
 
Na conferência de imprensa, ficou ainda esclarecido que o PRS não defende a dissolução da Assembleia Nacional Popular (ANP) mas que considera essencial a criação de outro órgão, mais abrangente, que tome decisões e que as submeta à ANP.
 
A questão da criação de um órgão legislativo de transição paralelo à ANP tem suscitado polémica na Guiné-Bissau. O PRS defendeu a sua criação mas salvaguardou que não seria um órgão com as mesmas competências que o Parlamento, mas apenas "um espaço de concertação" e de diálogo mais alargado, que se submeteria à ANP.
 
"Não é um órgão deliberativo, não delibera em nada, é um espaço de concertação, de inclusão, de dar voz, e essa voz é importante. O que falta é um espaço de diálogo. O maior problema dos guineenses é a desconfiança. Esse espaço em nenhum momento substitui o Parlamento", explicou Jorge Malu.
 
De acordo com o PRS, esse "espaço de concertação", para garantir a abrangência necessária, deverá "ficar sob a dependência do Presidente da República de transição" e abranger "atores" políticos, sociais, confessionais e poder tradicional.
 
Um documento do partido distribuído aos jornalistas define assim as funções desse espaço: "para que as questões essenciais de regime possam aí ser debatidas, deliberadas e depois adotadas pela ANP".
 
FP // VM
 

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