"É urgente
Moçambique estar no mercado do gás" -- presidente da Galp Energia
13 de Março de
2013, 15:40
Maputo, 13 mar
(Lusa) - O presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, considerou
hoje "urgente" Moçambique entrar no mercado de exportação de Gás
Natural Liquefeito (LNG), alertando para o perigo de redução do valor do
recurso em caso de atraso.
Ao longo da Bacia
do Rovuma, norte de Moçambique, decorre uma das maiores pesquisas e prospeções
de petróleo, feitas por uma dezena de multinacionais petrolíferas, entre elas a
portuguesa Galp Energia, bem como a norte-americana Anadarko, a malaia Petronas
(malaia), a canadiana Artumas, a italiana ENI, a norueguesa Norsh Hydro, entre
muitas outras.
Moçambique prevê
iniciar em 2018 a venda de gás natural descoberto na costa marítima da
província de Cabo Delgado, o que poderá contribuir para o Produto Interno Bruto
em 13 por cento, contra os atuais 1,7 por cento, dos recursos naturais no
geral.
Falando na
Conferência Internacional sobre Gás, que hoje arrancou em Maputo, Ferreira de
Oliveira disse que "Moçambique tem um papel chave no desenvolvimento desta
capacidade de produção imprescindível para o abastecimento de energia no
mundo".
Mas, acrescentou,
"se Moçambique se atrasar no desenvolvimento dos projetos isso será um
estímulo a que outros apareçam", uma vez que "a posição de Moçambique
está quase equidistante do mercado Europeu, da América do Sul e do extremo
Oriente".
Recentemente, a
norte-americana Anadarko Petroleum elevou para o dobro (30 triliões de pés
cúbicos de gás natural) as estimativas sobre as reservas de gás em prospeção no
norte de Moçambique, afirmando tratar-se de uma das mais importantes
descobertas de gás nos últimos dez anos.
"De facto,
Moçambique vai desempenhar este papel de arbitragem e de harmonização de valor
no mercado do gás", mas "se o quadro regulatório, o contexto
operacional for indutor de um progresso lento outros aparecerão e o valor do recurso
no mercado, do recurso de Moçambique reduz-se", disse Ferreira de
Oliveira.
Por isso, "é
urgente Moçambique estar no mercado", disse, sublinhando o papel da Galp
Energia, "compradora de gás de LNG, que constrói as suas instalações e faz
os seus investimentos no 'downstream', a contar com abastecimento".
"Esse
abastecimento tem que ser fiável, contínuo, competitivo e estar pronto nas
datas em que se propõe arrancar o projeto", apelou.
O responsável
lembrou que "os grandes contratos de LNG são normalmente fechados muito
antes de as unidades iniciarem a operação", pelo que "isso traz uma
especial responsabilidade para os operadores para que cumpram os prazos e os
orçamentos que lhe são atribuídos para que a rentabilidade dos projetos seja
sustentável".
Falando na
cerimónia de abertura da conferência, o ministro moçambicano da Planificação e
Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse esperar que "os estudos para a
concessão de um megaprojeto de produção de LNG resultem não só no melhoramento
da posição da balança comercial do país, mas também na dinamização da economia
interna através da contribuição para receitas fiscais e programas de
responsabilização social".
MMT // MLL
Terceiro maior
partido moçambicano denuncia alegada brutalidade contra os seus membros
13 de Março de
2013, 16:21
Maputo, 13 mar
(Lusa) - O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido no
país, denunciou hoje aquilo que considera ser a "brutalidade" de que
têm sido vítimas os seus membros e a "inação da polícia" contra os
autores dessa violência política .
O chefe da bancada
do MDM na Assembleia da República, Lutero Simango, repudiou o que classificou
como perseguição política que os membros do partido sofrem, quando falava,
hoje, no arranque dos trabalhos da sétima sessão legislativa do parlamento
moçambicano.
"Os membros do
MDM são brutalmente violentados, e quando se reporta à polícia, a entidade que
tem a missão de assegurar a proteção e ordem pública não age contra os
responsáveis destes atos", acusou Lutero Simango.
No dia 07 de março,
apontou o chefe da bancada do MDM, a polícia alegou que devia
"consultar" para decidir se podia fazer a proteção de uma marcha que
o partido convocou na cidade de Xai-Xai, capital da província de Gaza, sul de
Moçambique, e uma das principais bases de apoio da Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo), partido no poder.
A marcha era parte
das comemorações do quarto aniversário da fundação do MDM.
"Esta é mais
uma prova, uma evidência, de que a manipulação política é verídica e a nossa
polícia carece de um esclarecimento cabal sobre a sua missão na República de
Moçambique", frisou Lutero Simango.
O chefe da bancada
da terceira força política moçambicana adiantou que o seu partido é também alvo
de intolerância política no centro do país, nomeadamente nos municípios da
Beira e Quelimane, onde governa.
Lutero Simango
acusou o Governo moçambicano de interferir na independência do canal público
Rádio Moçambique, proibindo a participação de "comentaristas críticos ao
Governo", para favorecer os que têm opiniões simpáticas ao executivo.
PMA // PJA
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