domingo, 24 de março de 2013

GUINÉ EQUATORIAL DISSOLVE PARLAMENTO, ELEIÇÕES GERAIS MARCADAS PARA MAIO




Malabo, 24 mar (Inforpress) – O Governo da Guiné Equatorial anunciou hoje a dissolução do Parlamento e das autarquias, agendando as eleições gerais e municipais para 26 de maio.

“Durante o segundo conselho de ministros de 2013, celebrado na sexta-feira, em Malabo, apresentou-se um projeto de Lei pelo qual se dissolve a câmara de representantes do povo e dos municípios, convocando-se eleições gerais para a câmara dos deputados, senado e municipais”, informou a nota do gabinete de imprensa do Governo.

De acordo com o documento, “o decreto sairá dentro de dias”.

A Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos, tem estatuto de país observador na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em Díli, capital de Timor-Leste, em 2014.

No início de março, um grupo de figuras e de associações cívicas divulgou uma carta aberta à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a defender que a Guiné Equatorial não deve tornar-se membro de pleno direito da CPLP "enquanto não estiver comprovado materialmente o cumprimento das condições expressas nos Estatutos" da organização, nomeadamente o primado da democracia e dos direitos humanos.

O texto da carta lembra que em janeiro, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, visitou o país e manifestou "a sua satisfação ao verificar 'os progressos' e a 'grande abertura' daquele país".

No entanto, as entidades subscritoras do texto referem que têm acompanhado a situação dos direitos humanos na Guiné Equatorial e "não verificam quaisquer progressos nem tão pouco motivos para satisfação".

Questionado pela Lusa, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, disse não ter visto ainda a carta, mas recordou que, a haver uma decisão sobre a adesão da Guiné Equatorial, ela será dos chefes de Estado, "a quem compete decidir".

Inforpress/Lusa

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