sábado, 16 de março de 2013

Julgamento do "Lancha Voadora" arranca 2ªfeira em Cabo Verde, com segurança reforçada

 

JSD – SO - Lusa
 
Cidade da Praia, 16 mar (Lusa) - O julgamento do processo "Lancha Voadora", ligado à maior operação de apreensão de droga registada no país, começa a segunda-feira no Tribunal da Comarca da Cidade da Praia, no meio de excecionais medidas de segurança.
 
O volume e a complexidade do processo levou a que as autoridades judiciais cabo-verdianas optassem por um tribunal com um coletivo de três juízes, caso inédito na história da justiça local, com os 15 suspeitos acusados de pertencerem a uma rede que se dedicava ao tráfico de drogas, lavagem de capitais e associação criminosa.
 
Juízes, procuradores e o próprio Tribunal da Cidade da Praia têm já assegurado um reforço da segurança, nalguns casos individual, durante todas as audiências de um julgamento que se prevê longo e que é considerado o maior de sempre em Cabo Verde.
 
A operação "Lancha Voadora" veio a público a 08 de outubro de 2011, quando a Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana fez a maior apreensão de sempre de drogas no arquipélago de Cabo Verde, ao apreender tonelada e meia de cocaína em estado de elevada pureza, entretanto já incinerada numa cerimónia pública.
 
Na ocasião, a PJ apreendeu também milhares de euros e outras moedas sul-americanas e milhões de escudos cabo-verdianos em notas, confiscando ainda cinco viaturas topo de gama, três jipes, duas "pick-up", uma "moto-quatro" e várias armas e munições.
 
Na sequência das investigações, o Tribunal da Comarca da Cidade da Praia decretou a prisão preventiva do então presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Veríssimo Pinto, que se juntou a mais quatro pessoas entretanto já em prisão preventiva na Cadeia Central da capital cabo-verdiana.
 
A lista de supostos envolvidos no caso foi crescendo e, neste momento, são 15 os arguidos formais deste "mega processo", todos com delitos puníveis com um mínimo de oito anos de prisão efetiva, segundo o Código do Processo Penal cabo-verdiano.
 
Além de Veríssimo Pinto, são arguidos Paulo Pereira, Quirino dos Santos, Carlos Gomes Silva, António "Totony" Semedo, Ernestina "Nichinha" Pereira e Ivone de Pina Semedo, que se encontram sob prisão preventiva na Cadeia de São Martinho, arredores da capital cabo-verdiana.
 
Luís Ortet, Nilton Jorge, Sandro Spencer, Nerina Rocha, José "Djoy" Gonçalves, Jacinto Mariano, José Teixeira e José Alexandre Oliveira são os restantes arguidos, que aguardam julgamento em liberdade.
 
Além dos arguidos, estão sob investigação várias empresas cabo-verdianas ligadas direta ou indiretamente aos acusados - Editur, ImoPraia, AutoCenter, Aurora Internacional e TecnoLage, todas com sede na Cidade da Praia
 
O julgamento começará de manhã e é aberto ao público, sendo a primeira fase, na presença de todos os arguidos, constituída pela leitura das acusações. Os arguidos serão posteriormente interrogados, individualmente, por juízes, procuradores da República e advogados de defesa.
 

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