sexta-feira, 15 de março de 2013

PCP pede demissão do governo e repudia cinismo de Gaspar sobre o desemprego

 


Jornal i - Lusa
 
O PCP considerou hoje que perante o cenário traçado pelo ministro das Finanças não pode haver outra hipótese senão pedir a demissão do Governo, repudiando o profundo cinismo com que Vítor Gaspar se refere ao desemprego.
 
"Perante este cenário não pode haver nenhuma hesitação em relação a pedir a demissão, a convocação de eleições e o rompimento com este memorando, este compromisso de agressão que foi assinado com a ‘troika'", afirmou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento, após a conferência de imprensa do ministro das Finanças sobre a sétima revisão do programa de ajustamento pela 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
 
Repudiando o "profundo cinismo e hipocrisia" com que o ministro das Finanças se referiu ao desemprego e aos desempregados, Bernardino Soares considerou "chocante" que Vítor Gaspar tenha feito aquelas declarações.
 
"O desemprego com os números que hoje foram anunciados atingirá em sentido lato certamente mais do um milhão e meio de desempregados em 2014, o objetivo do Governo é manter um elevado desemprego estrutural porque isso permite pressionar o abaixamento dos salários e a degradação dos direitos e a verdade é que o Governo que se diz preocupado com o desemprego está a cortar nos apoios aos desempregados e está a diminuir o apoio a quem está no desemprego", frisou.
 
Bernardino Soares notou ainda que a intervenção ministro das Finanças mostra que "tudo falhou e tudo piorou", com uma recessão "sempre pior" e com as dificuldades do país a agravarem-se.
 
Apesar disso, continuou, "não se vê nenhuma perspetiva, nenhuma medida, nenhuma linha para contrariar a recessão económica e o aumento do desemprego".
 
O ministro das Finanças anunciou hoje uma revisão da recessão de um por cento para 2,3 por cento este ano, além de admitir uma taxa de desemprego de mais de 18 por cento, com tendência a aumentar até 2014.
 
"O Governo o que quer é tornar permanente o programa de cortes, o programa de agressão ao país e ao povo, uma forma de cortar ainda mais nos serviços, de despedir pessoas da administração pública, porque é disso que se trata, e de criar condições para que o país fique cada vez pior", enfatizou o líder da bancada comunista.
 
Recusando a política seguida pelo Governo, que está "a matar a economia", Bernardino Soares sublinhou ainda que aqueles que não têm como primeiro objetivo pedir a demissão do atual Governo de maioria PSD/CDS-PP "está a ser cúmplice do caminho de destruição".
 
Questionado se se referia ao PS, o líder parlamentar do PCP respondeu apenas que "cada um assumirá as suas responsabilidades".
 

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