Fernando Dacosta –
Jornal i, opinião – foto Reuters
A Passos Coelho e a
Vítor Gaspar aconteceu a pior coisa que pode suceder a um governante em
Portugal: de temidos passaram a desprezados. Não perceberam que a posição de
superioridade e arrogância que tomaram, de pesporrência e insolência que
exibiram, é muito imprudente em políticos sem currículo, sem obra, sem
reconhecimento. Como os não tinham, disfarçaram a ignorância com a sobranceria,
a impreparação com o autismo; cheios de vento, golpearam identidades,
tradições, direitos, culturas, dignidades. Acabarem com o feriado do 1.o de
Dezembro foi uma das piores leviandades cometidas; o ódio que fomentaram nos
funcionários públicos e nos reformados, uma canalhice; a aldrabice sistemática
que utilizam, um opróbrio; o esbulho da classe média, uma hecatombe fascizante.
Emproados
internamente, provincianos externamente, revelaram-se subservientes com os de
cima e despóticos com os de baixo. O servilismo mostrado ante os senhores
germânicos tornou-se pungente de ver, repugnante de aceitar. O seu
comportamento contagiou ondas de roedores contra a dignidade portuguesa, o que
leva as populações a execrá-los ao som da “Grândola”, canção-hino de liberdade
e júbilo.
Presidente,
ministros, secretários de Estado e afins não podem já sair à rua sem ser
vomitados. Ao perceber que o rei vai nu, o português entre-_gou-se ao escárnio,
perdendo o respeito, o medo, a paciência. Ora quando tal acontece torna-_-se
impossível ao governante a governação, diz a história e o bom senso. Este
executivo vai desmoronar-se pontapeado pela ira e pela chacota – mistura letal
entre nós.
Escreve à
quinta-feira
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