Jornal i - Lusa
O representante da
ONU para a Guiné-Bissau defendeu hoje, em Bruxelas, um “roteiro” com vista a
eleições livres e democráticas naquele país, “em novembro ou dezembro”, das
quais saia um “Governo inclusivo”, que não deixe ninguém de fora.
José Ramos-Horta,
que falava num debate na comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento
Europeu, exortou também a União Europeia a continuar a prestar apoio ao país.
Referindo-se aos
programas que beneficiam diretamente a população, sublinhou que, não havendo
confiança nas atuais autoridades nacionais, a Europa pode fazê-lo através das
próprias Nações Unidas ou de organizações não-governamentais (ONG) ou da
igreja.
Quanto às suas
ideias para a Guiné-Bissau ultrapassar a atual situação, o representante do
secretário-geral da ONU defendeu que seja elaborado, até ao final do corrente
mês, um “roteiro” com vista à organização de eleições no final do ano.
Ramos-Horta
defendeu a importância de o futuro Governo integrar todas as forças políticas,
para “que ninguém fique de fora”.
“O partido vencedor
deve convidar o segundo e o terceiro para integrar o Governo”, sustentou,
admitindo que a ideia é mais fácil em teoria do que na prática.
Dirigindo-se aos
eurodeputados, durante uma visita a Bruxelas, José Ramos-Horta disse que as
sanções da União Europeia na sequência do golpe de Estado no ano passado eram
“inevitáveis”.
Contudo, pediu que
a Europa continue a prestar ajuda, não a congele ou transfira para outros
cenários de África.
“E se não sentirem
que haja condições com as autoridades” de transição, virem-se para outras
instituições e pessoas no terreno, como o próprio representante do
secretário-geral da ONU (“a não ser que também não confiem em mim”, ironizou).
No seu “retrato” da
situação atual do país, o representante da ONU frisou que é basicamente
“calmo”.
“A Guiné-Bissau não
é o Mali, não é o Congo. Não há um conflito armado entre duas partes. O que há
é um Estado disfuncional, e persistente intervenção militar em assuntos que
deveriam ser da competência de governos civis. Mas sucessivos governos também
falharam”, disse.
Para Ramos-Horta,
que se insurgiu contra a ideia generalizada de que a Guiné-Bissau “é um Estado
de narcotráfico” – incluída em relatórios da própria ONU, com os quais disse
discordar -, o país até poderia ser “um oásis”, mas, depois das eleições, é
necessário reconstruir o Estado.
“Quase tudo tem de
recomeçar do zero”, disse.
1 comentário:
nao queremos um governo de inclusao queremos um governo eleito pelo povo ou entao deixarem estes golpistas continuando no poder nao queremos um governo imposto pela a cedeao ou pelas naçoes unidas, viva a guiné bissau viva o povo marterrizado e humiliado
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