segunda-feira, 4 de março de 2013

Ramos-Horta defende eleições na Guiné-Bissau no final do ano e futuro “Governo inclusivo”




Jornal i - Lusa

O representante da ONU para a Guiné-Bissau defendeu hoje, em Bruxelas, um “roteiro” com vista a eleições livres e democráticas naquele país, “em novembro ou dezembro”, das quais saia um “Governo inclusivo”, que não deixe ninguém de fora.

José Ramos-Horta, que falava num debate na comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, exortou também a União Europeia a continuar a prestar apoio ao país.

Referindo-se aos programas que beneficiam diretamente a população, sublinhou que, não havendo confiança nas atuais autoridades nacionais, a Europa pode fazê-lo através das próprias Nações Unidas ou de organizações não-governamentais (ONG) ou da igreja.

Quanto às suas ideias para a Guiné-Bissau ultrapassar a atual situação, o representante do secretário-geral da ONU defendeu que seja elaborado, até ao final do corrente mês, um “roteiro” com vista à organização de eleições no final do ano.

Ramos-Horta defendeu a importância de o futuro Governo integrar todas as forças políticas, para “que ninguém fique de fora”.

“O partido vencedor deve convidar o segundo e o terceiro para integrar o Governo”, sustentou, admitindo que a ideia é mais fácil em teoria do que na prática.

Dirigindo-se aos eurodeputados, durante uma visita a Bruxelas, José Ramos-Horta disse que as sanções da União Europeia na sequência do golpe de Estado no ano passado eram “inevitáveis”.

Contudo, pediu que a Europa continue a prestar ajuda, não a congele ou transfira para outros cenários de África.

“E se não sentirem que haja condições com as autoridades” de transição, virem-se para outras instituições e pessoas no terreno, como o próprio representante do secretário-geral da ONU (“a não ser que também não confiem em mim”, ironizou).

No seu “retrato” da situação atual do país, o representante da ONU frisou que é basicamente “calmo”.

“A Guiné-Bissau não é o Mali, não é o Congo. Não há um conflito armado entre duas partes. O que há é um Estado disfuncional, e persistente intervenção militar em assuntos que deveriam ser da competência de governos civis. Mas sucessivos governos também falharam”, disse.

Para Ramos-Horta, que se insurgiu contra a ideia generalizada de que a Guiné-Bissau “é um Estado de narcotráfico” – incluída em relatórios da própria ONU, com os quais disse discordar -, o país até poderia ser “um oásis”, mas, depois das eleições, é necessário reconstruir o Estado.

“Quase tudo tem de recomeçar do zero”, disse.

1 comentário:

Anónimo disse...

nao queremos um governo de inclusao queremos um governo eleito pelo povo ou entao deixarem estes golpistas continuando no poder nao queremos um governo imposto pela a cedeao ou pelas naçoes unidas, viva a guiné bissau viva o povo marterrizado e humiliado

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