FP – MLL - Lusa
Bissau, 18 abr
(Lusa) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem
sido vítima "dos seus próprios erros", disse o deputado Cipriano
Cassamá, candidato a líder do partido para, promete, o pacificar e unir.
Em declarações à
agência Lusa, Cipriano Cassamá disse que é candidato e que vai ao congresso
marcado para maio "com a responsabilidade de propor aos congressistas
pacificar o partido, que tem sido vítima dos seus próprios erros e tensões
políticas", que levaram a "uma escalada de intolerância
política".
O PAIGC, mais
votado nas eleições legislativas de 2008 e que estava no poder até ao golpe de
Estado de 2012, foi visivelmente dividido quando o dirigente do partido Serifo
Nhamadjo se candidatou a Presidente da República, nas eleições presidenciais de
março do ano passado, à revelia da cúpula do partido, que apoiou Carlos Gomes
Júnior.
Serifo Nhamadjo
ficou em terceiro lugar na primeira volta das eleições, ganhas por Carlos Gomes
Júnior. A segunda volta não se realizou devido ao golpe.
Vítima de tensões
internas, o partido marcou o oitavo congresso para maio próximo. A direção não
divulgou quantos candidatos há até agora à liderança, mas foi criada uma
comissão para analisar as candidaturas e propor coligações, para que se
apresentem menos candidatos na reunião magna, com data ainda não marcada.
"Vamos
desenvolver uma cultura partidária de diálogo interno e de tolerância,
encorajar o pluralismo de opiniões, que consideramos desejável, e também fazer
com que haja uma reconciliação no PAIGC, unificar o partido e propor uma
reorganização para a vitória", disse hoje à Lusa Cipriano Cassamá, que
também já tinha sido candidato no congresso de 2008.
O responsável,
antigo ministro, membro do bureau político do PAIGC, admite que tem havido divisões,
mas assegura que o partido "já está numa fase de reconciliação",
visível no facto de que "já voltaram" todos os que saíram para apoiar
Serifo Nhamadjo.
Ainda assim,
afirmou, vai ao congresso para "unificar" e "consolidar a
unidade", para que todos saiam do encontro reconciliados e ao serviço do
partido e do país.
"Quando o
PAIGC tem problemas toda a Guiné-Bissau tem problemas, o PAIGC é uma grande
instituição", disse Cipriano Cassamá, que na sua moção de candidatura
afirma: Sem o PAIGC os sucessivos governos, de 1999 a 2004, demonstraram
"imaturidade, irresponsabilidade e incompetência".
É o PAIGC,
acrescentou, que tem de estar "na linha da frente no combate pela
moralização da sociedade, contra a praga da corrupção, contra o flagelo do
narcotráfico, contra a violência e a criminalidade em geral".
Cipriano Cassamá
defendeu também que no congresso de maio se discutam linhas diretrizes do
partido para os próximos quatro anos, e pediu que não se entre "em
querelas, que isso não abona ao PAIGC".
Já a fazer contactos
com os militantes e a divulgar a sua moção, Cassamá afirmou que, se ganhar,
está preparado para eleições legislativas o mais rápido possível, porque quer
um PAIGC "em atividade contínua, dinâmico, sempre em contacto com os
militantes".
Militante do PAIGC
desde os anos 70, deputado desde 1994, Cipriano Cassamá já foi secretário de
Estado e ministro do Ambiente, ministro de Estado e da Presidência e ministro
da Administração Interna. É vice-presidente do parlamento da UEMOA, União
Económica e Monetária Oeste Africana.
"Se ganhar
sairemos fortes, unidos, reconciliados, dinâmicos e eficientes, e estaremos ao
serviço dos militantes e do povo", disse.
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