11 ANOS DE INDEPENDÊNCIA. A REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE VIVE!

António Veríssimo

Parte do título desta peça foi adotado do subtítulo de TIMOR Alma Guerreira! ... e assim nasceu uma nova Nação!, que pode e deve ler/ver online no Kiakilir, escrito e ordenado por alguém timorense de nome Dália Kiakilir Agostinho, que apesar de estar longe da Pátria se mantém perto e/ou com a sua Pátria Timorense no coração. Pelo que se depreende é uma timorense emigrante, talvez em Inglaterra. 

Foi daí que “bebi” a sua postagem e o seu poema Alma Guerreira (recomenda-se), e ainda um extrato da emissão TV que anunciava em 1999 o resultado da votação do referendo que por desassombrada e natural maioria escolheu a independência em vez da contínua subjugação ao ocupante indonésio. O vídeo, com duração de 1:18 minuto, mostra uma família que celebra a sua vitória no recato da sua casa. Celebração com lágrimas fugidias de muita felicidade. Com abraços. Com o arregaçar de mangas porque o trabalho de erigir uma nação destruída esperava a cada esquina, em cada casa mais ou menos modesta e edifício oficial que as milícias pró-integração e os indonésios mais frustrados haviam de destruir por completo após o conhecimento deste resultado que só não era esperado pelos que subvalorizavam a vontade, a tenacidade e o amor dos timorenses à independência da sua Pátria. Na senda de destruição também muitos timorenses haviam de perecer e encharcar o solo pátrio com o seu sangue, com as dádivas de suas vidas, uma vez mais, talvez pela última vez.

Ver aquele quadro. Ver aquela família a celebrar tão discretamente, quase em silêncio, o renascimento da sua Pátria, diz muito aos que observam o vídeo que está incluído no Kiakilir. Dá para ficar com arrepios parceiros da comoção e até talvez compreender melhor a importância do nascimento reconhecido de uma nação. A Nação Timorense.

Faz hoje 11 anos que Timor-Leste restaurou a sua independência. Não é dia de grandes críticas aos atuais dirigentes timorenses mas sim de louvor aos seus heróis e mártires. Quase 300 mil timorenses que perderam as vidas às mãos dos carrascos ao serviço do criminoso indonésio Suharto. Praticamente todos esses crimes estão num rol de esquecimento e de impunidade. Só a esperança de que ao menos alguma justiça seja feita ainda não esmoreceu. Talvez numa data de aniversário próxima seja notícia que os praticantes dos hediondos crimes estão a contas com a justiça. Não a justiça indonésia. Não a justiça timorense. O TPI ou algo semelhante será a entidade que deverá julgar tal devastação de um povo que somente queria ser independente depois de séculos de subjugação ao colonialismo português. Em Timor-Leste, durante a invasão e ocupação indonésia foram cometidos terríveis crimes que contam centenas de milhares de mártires, foi um genocídio cometido por invasores-ocupantes. Um crime contra a humanidade que jamais deve ficar impune. Justiça. Só se pede justiça em memória das vítimas, dos mártires e das famílias desfeitas.

Do Kiakilir retirei uma breve parte que se segue ao referido vídeo. É o que a seguir está em baixo reproduzido entre aspas. Hoje é tempo de celebrar a vitória de uma luta gloriosa. Vivam os timorenses. Viva Timor-Leste.

“… e assim nasceu uma nova Nação!

Durante 24 anos Timor e todos os Timorenses sofreram por desejar a justiça divina nas suas vidas, lutando contra a ocupação da Indonésia. O direito à autodeterminação teve um preço bastante elevado, milhares pagaram com a sua própria vida por ansiar a Paz e a Liberdade. O genocídio que este povo sofreu alertou o mundo para um povo que há muito havia sido esquecido.

Embora tardia a causa do Povo Timorense havia ganho a atenção da população internacional, sendo assim defendida pelos jornalistas internacionais, grupos activistas, organizações e instituições religiosas que também mantiveram um papel de ouro nesta luta.

O direito à autodeterminação já não seria uma incógnita, definitivamente as Nações Unidas concederam  a oportunidade para o povo escolher o seu próprio destino. Autonomia especial com Indonésia, Sim ou Não?   Mesmo sob pressão por parte das forças pró-autonomistas e dos grupos das Milícias reunidos pelas forças da Indonésia o Povo expressou a sua vontade sem hesitações  e assim, a sua voz fez-se ouvir mesmo que "debaixo de fogo". Consequentemente a Consulta Popular realizou-se a 30 de agosto de 1999. Uma maioria esmagadora, 78,5%, dos votantes rejeitou a autonomia especial proposta pela Indonésia, abrindo caminho para a Independência Total.

Imediatamente o resultado da consulta popular, as ondas de terror e incêndios premeditados no país começaram. A maioria das infraestruturas foram destruídas. Centenas de milhares de pessoas ficaram sem casa, e milhares perderam a vida. 

Para fazer face a esta crise, a ONU autorizou a entrada das forças de intervenção de paz para restaurar a ordem e estabelecer uma administração transitória para Timor até que fossem propriamente designadas as instituições formais de Estado. Após aproximadamente 3 anos, a 20 de Maio de 2002, a Independência de Timor-Leste havia sido oficialmente restaurada, e assim nasceu uma nova Nação, a Nação de Timor-Leste!

Parabéns a TIMOR!

Pela Independência merecida por Mérito!

Viva 20 de Maio, Viva Timor-Leste!

Dalia Kiakilir Agostinho”

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