… validar diploma
Jornal i - Lusa
A proposta será
apresentada hoje, em Genebra, pelo Ministério da Saúde brasileiro à Espanha e a
Portugal, durante o encontro anual da Organização Mundial da Saúde
Governo brasileiro
vai propor a Portugal e a Espanha que os seus médicos, que queiram trabalhar
temporariamente no Brasil, não tenham de fazer o exame de revalidação do
diploma de medicina, divulgou hoje a imprensa brasileira.
De acordo com o
jornal Folha de São Paulo, a proposta será apresentada hoje, em Genebra, pelo
Ministério da Saúde brasileiro à Espanha e a Portugal, durante o encontro anual
da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os médicos
estrangeiros só poderão atuar nas áreas determinadas pelo Governo brasileiro,
em periferias e no interior do país, por período que não deve passar de três
anos.
Caso queiram
trabalhar mais tempo no Brasil, terão então de fazer o exame de revalidação do
diploma de medicina, seguindo um modelo já adotado por países como Canadá, Austrália,
Reino Unido e a própria Espanha.
Este será o modelo
de contratação de estrangeiros que o Brasil vai adotar, disse o ministro da
Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, ao jornal Folha de São Paulo.
“Nosso maior
interesse é atrair médicos de Espanha e Portugal para atuar restritamente em
regiões com carência de profissionais, por um período de dois, três anos, na
área de atenção primária, em que a Espanha tem grande tradição. O Brasil
precisa de mais médicos, mais próximos da população e com mais qualidade”,
disse o ministro.
Uma equipa de
Padilha reúne-se hoje com autoridades espanholas e portuguesas do setor, em
Genebra.
O Governo espanhol,
questionado pelo jornal brasileiro, já indicou ter muito interesse no convénio.
A Espanha tem 20
mil médicos desempregados. O Brasil é o segundo local de interesse (depois da
Inglaterra) do Ministério da Saúde espanhol para exportar profissionais.
O Governo espanhol
já tem contrapartidas para oferecer ao Brasil, como facilidades e bolsas para
estudantes brasileiros no país.
“Eu, como ministro
da Saúde, vendo de um lado a situação de médicos qualificados sem perspetiva de
emprego na Espanha e em Portugal, e de outro, a necessidade de mais médicos
para uma população [no Brasil] não vou ficar parado sem pensar em construir
parcerias”, acrescentou Padilha.
Inicialmente, o
Governo brasileiro queria contratar seis mil médicos, sobretudo cubanos, para
preencher as vagas em locais carentes destes profissionais.
As associações
médicas mostraram-se contrárias à entrada dos médicos cubanos, alegando a sua
"fraca formação" e só aceitariam esta solução se os profissionais
passassem pelo exame de revalidação do diploma.
Após as críticas, o
Governo brasileiro descartou a validação automática de diplomas e optou por dar
prioridade em atrair profissionais espanhóis e portugueses.
Para os médicos, a
proposta do Governo não resolve de forma definitiva a carência de médicos em
áreas do interior do Brasil e nas periferias das grandes cidades.
As organizações
brasileiras dos médicos dizem que têm apoio inclusive da classe médica de
Portugal e Espanha, que também se posicionaram contra o ingresso de médicos sem
a realização de provas.
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