FP – MLL - Lusa
Bissau, 14 mai
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau e uma empresa norte-americana
de energias renováveis lançaram hoje, nos arredores de Bissau, a primeira pedra
para a construção de uma central fotovoltaica de 10 megawatts.
A construção da
central começa de imediato e deverá estar pronta em seis meses, fornecendo
energia a cerca de 40 mil pessoas das regiões de Biombo e também de Bissau, foi
anunciado na cerimónia.
Segundo o ministro
dos Recursos Naturais e da Energia, Daniel Gomes, nos últimos oito meses foi
feita a parte técnica e elaborado e aprovado o projeto, tendo já sido assinado
um "convénio de entendimento" com a empresa, o que vai permitir que a
Guiné-Bissau seja "o primeiro país" da região "a ter uma central
fotovoltaica".
A iniciativa vai
ter um grande impacto na economia do país e vai servir para relançar a economia
rural, disse o ministro na cerimónia, que decorreu numa zona rural a oeste de
Bissau, zona que vai ser servida pela central.
O ministro
agradeceu à empresa Suntrough Energy a confiança na Guiné-Bissau ao instalar a
central e disse que o projeto contempla a instalação de outra central com
idênticas capacidades na região leste, em Bafatá.
Essa central,
acrescentou, irá cobrir toda a zona leste, porque a antiga central de Bafatá
(térmica) tinha uma capacidade de um megawatt e conseguiu produzir energia para
Bafatá e ainda para Bambadinca e Gabu.
Quer o ministro,
quer os responsáveis da empresa, quer o primeiro-ministro do Governo de
transição salientaram a contribuição que a central vai dar para a melhoria das
condições de vida das populações.
Rui de Barros,
primeiro-ministro, frisou que se os projetos ficassem na gaveta e as
oportunidades não fossem aproveitadas a central não seria construída na
Guiné-Bissau mas em qualquer outro país vizinho.
O responsável pediu
a colaboração da população, nomeadamente para respeitar o empreendimento e não
deixar que haja furtos, e salientou que quando a central estiver a funcionar
surgirão fábricas e os guineenses da zona terão acesso à informação (internet)
como qualquer outro cidadão do mundo.
As soluções para a
Guiné-Bissau não podem vir de fora, de fora veem os apoios, frisou Rui de Barros.
E Daniel Gomes, num
final de discurso que parecia de despedida, enalteceu o Governo, "que
falou pouco e trabalhou muito", e disse-se orgulhoso do trabalho feito.
"Peço que peguem neste projeto, que prossigam este projeto, este país vai
arrancar e vai arrancar a partir de hoje", disse.
A construção da
central está orçada em 30 milhões de dólares (23 milhões de euros). A Suntrough
Energy é uma empresa dos Estados Unidos da área da energia solar com larga
experiência e que tem sede na Califórnia, segundo a sua página na Internet.
A Guiné-Bissau tem
uma falta crónica de eletricidade. A energia que produz nem chega para a
capital, que está a maior parte do tempo "às escuras".
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