quarta-feira, 15 de maio de 2013

Central fotovoltaica de 10 megawatts vai ser construída nos arredores de Bissau




FP – MLL - Lusa

Bissau, 14 mai (Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau e uma empresa norte-americana de energias renováveis lançaram hoje, nos arredores de Bissau, a primeira pedra para a construção de uma central fotovoltaica de 10 megawatts.

A construção da central começa de imediato e deverá estar pronta em seis meses, fornecendo energia a cerca de 40 mil pessoas das regiões de Biombo e também de Bissau, foi anunciado na cerimónia.

Segundo o ministro dos Recursos Naturais e da Energia, Daniel Gomes, nos últimos oito meses foi feita a parte técnica e elaborado e aprovado o projeto, tendo já sido assinado um "convénio de entendimento" com a empresa, o que vai permitir que a Guiné-Bissau seja "o primeiro país" da região "a ter uma central fotovoltaica".

A iniciativa vai ter um grande impacto na economia do país e vai servir para relançar a economia rural, disse o ministro na cerimónia, que decorreu numa zona rural a oeste de Bissau, zona que vai ser servida pela central.

O ministro agradeceu à empresa Suntrough Energy a confiança na Guiné-Bissau ao instalar a central e disse que o projeto contempla a instalação de outra central com idênticas capacidades na região leste, em Bafatá.

Essa central, acrescentou, irá cobrir toda a zona leste, porque a antiga central de Bafatá (térmica) tinha uma capacidade de um megawatt e conseguiu produzir energia para Bafatá e ainda para Bambadinca e Gabu.

Quer o ministro, quer os responsáveis da empresa, quer o primeiro-ministro do Governo de transição salientaram a contribuição que a central vai dar para a melhoria das condições de vida das populações.

Rui de Barros, primeiro-ministro, frisou que se os projetos ficassem na gaveta e as oportunidades não fossem aproveitadas a central não seria construída na Guiné-Bissau mas em qualquer outro país vizinho.

O responsável pediu a colaboração da população, nomeadamente para respeitar o empreendimento e não deixar que haja furtos, e salientou que quando a central estiver a funcionar surgirão fábricas e os guineenses da zona terão acesso à informação (internet) como qualquer outro cidadão do mundo.

As soluções para a Guiné-Bissau não podem vir de fora, de fora veem os apoios, frisou Rui de Barros.

E Daniel Gomes, num final de discurso que parecia de despedida, enalteceu o Governo, "que falou pouco e trabalhou muito", e disse-se orgulhoso do trabalho feito. "Peço que peguem neste projeto, que prossigam este projeto, este país vai arrancar e vai arrancar a partir de hoje", disse.

A construção da central está orçada em 30 milhões de dólares (23 milhões de euros). A Suntrough Energy é uma empresa dos Estados Unidos da área da energia solar com larga experiência e que tem sede na Califórnia, segundo a sua página na Internet.

A Guiné-Bissau tem uma falta crónica de eletricidade. A energia que produz nem chega para a capital, que está a maior parte do tempo "às escuras".

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