quarta-feira, 15 de maio de 2013

Confrontos com Renamo atrasaram projecto de eletrificação no centro de Moçambique




AYAC – MLL - Lusa

Chitobe, Moçambique, 14 mai (Lusa) - Os recentes confrontos em Muxúnguè, centro de Moçambique, entre ex-guerrilheiros do partido da oposição Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) e a polícia "retardaram o projeto de eletrificação" do distrito vizinho de Machaze, disse à Lusa fonte governamental.

Ana Comoane, governadora provincial de Manica, declarou à agência Lusa que os ataques dos ex-guerrilheiros terão provocado algum atraso do projeto, que parte da sede do distrito de Chibabava (Sofala), onde fica Muxúnguè, devido à fuga de pessoas.

"O processo de eletrificação do distrito vai atrasar por causa dos acontecimentos de Muxúnguè, que é vizinho de Machaze", disse Ana Comoane, ao dirigir-se à população de Chitobe, na sede de Machaze, saudando a coragem da população e do Governo por não terem abandonado a região.

O projeto de eletrificação, iniciado nos finais de 2012, que vai ligar o distrito à rede nacional de energia, deverá terminar ao longo deste ano e tirar o distrito da "impotência de desenvolvimento", devido à dependência de grupos geradores com recurso a combustível, cuja escassez em vários momentos retarda toda a atividade.

Os ataques de Muxúnguè, que se saldaram na morte de quatro polícias e um ex-guerrilheiro, terão precipitado a fuga da população e de quadros governamentais naquela região, afetando o distrito de Machaze (Manica).

"Devemos não admitir e limpar as mentes de conflitos ou guerra, para deixarmos de termos mãos estendidas de pedintes, e prevalecer as boas obras de desenvolvimento, para continuar a nos orgulhar dos 20 anos de paz. Temos que ter uma luta comum à fome e pobreza e não guerra", precisou Ana Comoane, apelando insistentemente à paz.

João Mafane, residente na localidade de Bassene (Machaze), pediu, durante um comício popular dirigido hoje pela governante, seriedade nas negociações entre o Governo e a Renamo, para se "evitar de novo os acontecimentos de Muxúnguè".

As duas rondas negociais entre o Governo e a Renamo, após os ataques, ainda não deram resultados, dadas as exigências prévias colocadas pela oposição, que inclui a libertação dos seus 15 membros detidos em Muxúnguè e a retirada do cerco da Força de Intervenção Rápida (FIR) na antiga base da Gorongosa, onde está aquartelado o líder da Renamo desde outubro passado.

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