AYAC – MLL - Lusa
Chitobe,
Moçambique, 14 mai (Lusa) - Os recentes confrontos em Muxúnguè, centro de
Moçambique, entre ex-guerrilheiros do partido da oposição Resistência Nacional
de Moçambique (Renamo) e a polícia "retardaram o projeto de
eletrificação" do distrito vizinho de Machaze, disse à Lusa fonte
governamental.
Ana Comoane,
governadora provincial de Manica, declarou à agência Lusa que os ataques dos
ex-guerrilheiros terão provocado algum atraso do projeto, que parte da sede do
distrito de Chibabava (Sofala), onde fica Muxúnguè, devido à fuga de pessoas.
"O processo de
eletrificação do distrito vai atrasar por causa dos acontecimentos de Muxúnguè,
que é vizinho de Machaze", disse Ana Comoane, ao dirigir-se à população de
Chitobe, na sede de Machaze, saudando a coragem da população e do Governo por
não terem abandonado a região.
O projeto de
eletrificação, iniciado nos finais de 2012, que vai ligar o distrito à rede
nacional de energia, deverá terminar ao longo deste ano e tirar o distrito da
"impotência de desenvolvimento", devido à dependência de grupos
geradores com recurso a combustível, cuja escassez em vários momentos retarda
toda a atividade.
Os ataques de
Muxúnguè, que se saldaram na morte de quatro polícias e um ex-guerrilheiro,
terão precipitado a fuga da população e de quadros governamentais naquela
região, afetando o distrito de Machaze (Manica).
"Devemos não
admitir e limpar as mentes de conflitos ou guerra, para deixarmos de termos
mãos estendidas de pedintes, e prevalecer as boas obras de desenvolvimento,
para continuar a nos orgulhar dos 20 anos de paz. Temos que ter uma luta comum
à fome e pobreza e não guerra", precisou Ana Comoane, apelando
insistentemente à paz.
João Mafane,
residente na localidade de Bassene (Machaze), pediu, durante um comício popular
dirigido hoje pela governante, seriedade nas negociações entre o Governo e a
Renamo, para se "evitar de novo os acontecimentos de Muxúnguè".
As duas rondas
negociais entre o Governo e a Renamo, após os ataques, ainda não deram
resultados, dadas as exigências prévias colocadas pela oposição, que inclui a
libertação dos seus 15 membros detidos em Muxúnguè e a retirada do cerco da
Força de Intervenção Rápida (FIR) na antiga base da Gorongosa, onde está
aquartelado o líder da Renamo desde outubro passado.
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