Correio do Brasil,
com BBC – de Brasília
A imagem positiva
do Brasil subiu levemente entre 2012 e 2013, mas aumentou também o
percentual de pessoas que acreditam que o país tem uma influência
predominantemente negativa no mundo, informa uma pesquisa do Serviço Mundial da
agência britânica de notícias BBC.
Segundo o
levantamento Country Ratings Pool, feito com 26,3 mil pessoas em 25
países, uma média de 46% dos entrevistados (contra 45% no ano anterior) dizem
ter percepções positivas da influência do Brasil no mundo. Dezenove
dos países pesquisados veem o Brasil positivamente.
Ao mesmo tempo,
porém, cresceu de 18% para 21% a porcentagem de visões negativas sobre o
Brasil. Com isso, o país fica em sétimo lugar em um ranking com outras 16
nações e a União Europeia.
- A visão geral
sobre o Brasil é menos favorável do que era em 2012, por conta do aumento nas
classificações negativas – diz o levantamento.
Os países mais bem
vistos são a Alemanha (que, segundo 59% dos entrevistados, tem influência
positiva), o Canadá e a Grã-Bretanha (ambos com 55% de percepção positiva).
No outro extremo do
ranking está Irã: 59% dos entrevistados veem o país como uma influência
negativa e apenas 15% como positiva. O país persa é seguido por Paquistão,
Coreia do Norte e Israel, com índices similares entre si.
A pergunta feita
aos entrevistados sobre cada país era se ele achava que sua influência no mundo
era “predominantemente positiva” ou “predominantemente negativa”.
Declínio geral
A avaliação da
GlobeScan, empresa responsável pela pesquisa, é de que a percepção do público
piorou em relação à maioria dos países. E a culpa parece ser do cenário
econômico desfavorável.
- Parece estar
crescendo a frustração com os governos (dos países pesquisados), já que,
passados quase cinco anos desde o início da crise financeira, eles parecem
incapazes de tirar suas economias da depressão – diz Sam Mountford, diretor da
GlobeScan.
A percepção
positiva sobre a União Europeia, por exemplo, está em um de seus patamares mais
baixos (49%). Os EUA também viram sua imagem piorar (de 47% para 45%) e ficaram
abaixo do Brasil no ranking.
A China e a Índia
perderam, respectivamente, oito e seis pontos percentuais em percepção positiva
em relação à pesquisa do ano passado e estão entre os países com a maior
deterioração de imagem sob os olhos dos entrevistados.
- O prestígio de
China e Índia havia crescido pelo fato de (os países) terem desafiado a
retração econômica, mas isso parece ter mudado com as taxas de crescimento mais
lentas e a percepção de ampla corrupção – opina Steven Kull, diretor da PIPA,
empresa corresponsável pelo estudo.
Olhares sobre o
Brasil
A desaceleração
econômica também parece estar por trás do aumento da percepção negativa sobre o
Brasil.
- A impressão das
pessoas é de que o país não está representando, assim como outros emergentes,
uma alternativa para o crescimento da economia global em meio ao cenário de
recessão nos países ricos – afirmou Mountford à BBC.
O Brasil é o país é
mais bem visto pelos entrevistados do Chile (73% deles com percepção positiva a
respeito do país), Peru (65%), Nigéria (62%) e Gana (60%).
E os brasileiros
também se veem com bons olhos: 77% dos entrevistados daqui acham que o país tem
uma influência positiva no mundo, contra 7% que a veem como negativa.
Mas australianos e
alemães têm os maiores índices de percepção negativa sobre o Brasil. A
percepção tampouco é muito positiva entre os países Bric (Rússia, China e
Índia).
- Declinaram na
China a visão positiva do público sobre o Brasil, para 34%, uma queda de sete
pontos percentuais. É a menor proporção de percepção positiva dada pelos
chineses à influência brasileira desde que a pesquisa começou, em 2008 –
informa o levantamento.
O estudo foi feito
entre dezembro de 2012 a
abril de 2013. No Brasil, a pesquisa de opinião foi feita em nove capitais.
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