FP – MLL - Lusa
Bissau, 24 mai
(Lusa) - A Guiné-Bissau iniciou hoje uma campanha de vacinação contra a
poliomielite, apesar de ter sido considerada livre da doença, a que se junta a
administração de vitamina A e um comprimido para desparasitação.
De hoje até
segunda-feira quase 500 equipas vão estar em todo o país a vacinar as crianças
até aos cinco anos, tendo-se hoje, no lançamento da iniciativa, multiplicado os
apelos à participação das pessoas.
A campanha decorre
simultaneamente em todos os países da região e, embora a maior parte deles
esteja livres de poliomielite, ainda subsistem casos na sub-região, como na
Nigéria.
Na cerimónia de
lançamento da iniciativa, o representante da UNICEF na Guiné-Bissau, Abubacar
Sultan, lembrou exatamente que na região da África Ocidental os casos de
poliomielite passaram de 823 em 2008 para 43 em 2010, mas recordou que há três
países no mundo com poliomielite e um deles é a vizinha Nigéria.
"Enquanto o
vírus circula no mundo e na nossa sub-região devemos continuar
vigilantes", disse, apelando à população para que adira à iniciativa, que
é gratuita e que tem ainda um complemento de vitamina A e desparasitação.
No mundo, disse,
entre 140 a
250 milhões de crianças com menos de cinco anos têm deficiência de vitamina A,
que potencia os casos de morte, de cegueira e de doenças como sarampo e
diarreia, responsáveis por muitos óbitos na Guiné-Bissau.
O representante da
Plan (uma organização internacional de apoio à infância) na Guiné-Bissau, Saliou
Ndaw, lembrou que ainda em 2010 as taxas de mortalidade infantil estavam acima
de 100 crianças por cada mil nascimentos e que a cobertura em termos de
vacinação também era "limitada".
Com a campanha que
hoje começou pretende-se vacinar, só na região de Bissau, mais de 75 mil
crianças, sendo a vitamina A administrada a mais de 67 mil e o comprimido de
desparasitação a cerca de 58 mil.
Abubacar Sultan
garantiu o apoio e a colaboração da UNICEF e pediu às equipas envolvidas para
que "reforcem a sensibilização" (para a necessidade de vacinação)
junto das famílias de todo o país, até às tabancas (aldeias) mais isoladas.
Além de gratuita, a
vacina é segura e não há riscos para as crianças, mesmo que doentes ou com
deficiência ou má nutrição, salientou.
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