Margarida Bon de Sousa
– Jornal i
Petição pretende juntar
milhares de assinaturas contra a aprovação do Pacto para a Competitividade e
Convergência
A esquerda europeia
está-se a organizar contra a aprovação do Pacto para a Competitividade e
Convergência pelo Conselho da Europa no final de Junho. Um vasto conjunto de
deputados, economistas e sindicalistas de vários países europeus considera que
a nova resolução “é a extensão, a toda a Europa, das políticas de crise que
causaram um desemprego massivo em Espanha, Grécia e Portugal.
Omovimento foi
lançado este mês em França, na Alemanha, na Aústria e em Itália, e é assinado
pelo Fórum 21, filiados na esquerda do SPD alemão e do PSÖ austríaco, por
membros do ATTAC, formado em 1998 depois do crash financeiro no Extremo-Oriente
e ainda economistas e sindicalistas de toda a Europa.
“Este pacto mais
não é do que um dumping salarial, a destruição das conquistas sociais e a
extensão das privatizações”, pode ler-se no site da internet onde foi alojada
uma petição a defender a construção de uma outra Europa, “contra a continuação
da austeridade”.
Troika para
todos Segundo os organizadores, as instâncias comunitárias querem que
todos os Estados-membros façam “reformas estruturais” concebidas pela Comissão.
Primeiramente, as medidas incidirão sobre os aspectos financeiros, mas se um
país se recusar a cooperar, serão aplicadas sanções e penalizações.
“A desastrosa
política de cortes, como a que foi posta em prática na Grécia, Espanha e
Portugal, demonstra o que deve ser entendido como reformas estruturais, dizem.
“Ou seja, cortes nos benefícios sociais, em particular o aumento da idade de
reforma, a destruição de inúmeros acordos colectivos e a privatização de
sectores como o da água, o da educação e o da energia.
Contra a
Comissão Os subscritores da petição recusam liminarmente o novo projecto
de Bruxelas e pedem aos governos de esquerda, nomeadamente a François Hollande,
aos eleitos nos parlamentos nacionais e aos deputados europeus para que criem
rapidamente alianças contra esta política neo-liberal. E que votem contra no
Conselho da Europa. “Há uma grande necessidade de uma viragem para uma Europa
democrática, social e ecológica, para o maior número de pessoas”, referem.
Na petição,
considera-se que as políticas adoptadas nos últimos anos não respondem à crise
e têm contribuído para um aumento recorde do desemprego na União, para 26
milhões de pessoas.
Em Espanha e
Grécia, refere também, a taxa de desemprego entre os jovens já chegou aos 60%.
E na maior parte desses países, os salários reais estão a cair desde há vários
anos.
A União Europeia,
lê-se ainda, está a reagir à crise financeira e económica com uma política de
rigor muito pesada em termos de consequências e inaceitável. Os responsáveis
são conhecidos. “A maioria dos chefes de Estado e do governo, os laboratórios
de ideias, alguns media, as organizações patronais, a indústria financeira, o
BCE e a Comissão Europeia. E as decisões são sempre as mesmas: redução da
despesa pública, mais privatizações, congelamento e redução de salários,
redução dos direitos e protecção dos trabalhadores e da protecção social. E as
consequências são dramáticas: os despedimentos e o encerramento de empresas
continuam e mantêm-se na ordem do dia”.
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