LYR – PJA - Lusa
Nampula,
Moçambique, 30 mai (Lusa) - Dois médicos que aderiram à greve dos profissionais
de saúde foram exonerados dos cargos que ocupavam no distrito de Ribáuè, em
Nampula, norte de Moçambique, disseram à Lusa fontes do setor naquela
província.
O diretor do
Hospital Rural e a médica chefe do distrito foram forçados a entregar as pastas
e a abandonar as casas protocolares que lhes haviam sido entregues.
O diretor
provincial de Saúde, Armindo Tonela confirmou as demissões, alegando que os
médicos obrigaram todos os funcionários da saúde do distrito a aderirem a
greve.
A cessação de
funções foi decretada na terça-feira, na presença do assessor do ministro da
Saúde, Idelfonso Muanantata, antigo governador da província central de Tete.
Em contacto
telefónico, os dois médicos disseram que foram sujeitos a interrogatórios por
parte das autoridades e tiveram de a abandonar imediatamente as casas onde se
encontravam a viver.
"Não foram
observados os procedimentos necessários para a nossa exoneração, e nem foi
apresentado qualquer documento formal na altura", queixou-se um dos
clínicos.
Segundo o diretor
de saúde, 14 funcionários haviam aderido à greve, o que fez com que Ribáuè se posicionasse
em segundo lugar, depois da cidade de Nampula, na lista de maior adesão.
Tonela sustenta que
a decisão foi tomada para salvaguardar os interesses do Estado.
"Nós, como
Estado, temos a responsabilidade com a população e o hospital não deveria estar
refém dos dois médicos ", disse à Lusa o diretor provincial da Saúde de
Nampula.
Os médicos e outros
profissionais de saúde de Moçambique estão em greve por tempo indeterminado
desde 20 de maio, exigindo melhorias salariais e a aprovação do Estatuto do
Médico, entre outras reivindicações.
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