FP – MLL - Lusa
Bissau, 30 mai
(Lusa) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
declinou hoje qualquer responsabilidade na demora para a formação de um novo
Governo na Guiné-Bissau, culpando o primeiro-ministro pelo atraso.
A comunidade
internacional tem exigido a formação de um novo Governo de transição na
Guiné-Bissau, que seja mais inclusivo, substituindo o atual executivo, também
de transição, formado na sequência de um golpe de Estado em abril do ano
passado.
Há meses que os
políticos guineenses estão a discutir o novo processo de transição, mas, até
agora, ainda não foi anunciado o novo Governo.
PAIGC e Partido da
Renovação Social (PRS), o primeiro e o segundo partidos mais votados nas
eleições de 2008 (e que compõem a esmagadora maioria da Assembleia Nacional
Popular), assinaram um memorando de entendimento a 17 de maio e na quarta-feira
o parlamento adotou um novo Pacto de Transição e Acordo Político para levar o
país até eleições.
"Até agora
espera-se, como acordado, que o senhor primeiro-ministro de transição convoque
os dois partidos, PAIGC e PRS, para discussões" e que a proposta final
seja remetida ao Presidente de transição, para este decretar o novo Governo,
diz o PAIGC em comunicado.
Tal ainda "não
aconteceu", acusa o Bureau Político do PAIGC, que considera a situação
"estranha e incompreensível" e apela ao primeiro-ministro e ao
Presidente da República para que respeitem a Constituição e os instrumentos
políticos e jurídicos de transição.
A base e a origem
das propostas de formação de Governo são os partidos políticos e o
primeiro-ministro, afirma o comunicado, acrescentando que, tal como os
dirigentes do PAIGC e do PRS já disseram, "os responsáveis da
transição" devem colocar "os interesses da Nação e dos guineenses acima
dos seus interesses e compromissos pessoais".
O Bureau Político
do PAIGC diz também que o atual momento que a Guiné-Bissau atravessa requer um
elevado sentido patriótico dos guineenses em geral e em particular do Governo e
do Presidente.
O PAIGC e o PRS
"têm dado um inestimável contributo para a consolidação deste processo de
transição" e deram ao Governo e ao Presidente "um subsídio
importante, tanto no que se refere à orgânica, como à composição do
Governo" para que hoje "pudéssemos já ter um novo Governo", diz
o comunicado.
Na sequência de um
golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado, que afastou as autoridades
eleitas, a Guiné-Bissau iniciou um período de transição que devia culminar com
eleições ao fim de um ano.
Como nada
aconteceu, o período de transição foi prorrogado até final deste ano, havendo o
compromisso dos responsáveis de fazer eleições nesse período. Há mais de um mês
(a 28 de abril) que o Presidente de transição disse que o novo Governo estava
"para breve".
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