NME – PJA - Lusa
Luanda, 06 mai
(Lusa) - O secretário-geral adjunto do Sindicato de Técnicos de Enfermagem de
Luanda, António Kileba, acusou hoje em Luanda o Governo angolano de ter
cumprido "apenas um por cento" das reivindicações, apresentadas há
mais de um ano.
Em declarações à
Lusa, por ocasião do Dia Internacional do Enfermeiro, que se assinala no
próximo domingo, o sindicalista disse que o sindicato vai avançar para um
processo judiciário, para se encontrar uma saída para o impasse.
"Por
orientação do Governo, fizemos um contrato de parceria com a (associação) Mãos
Livres e a partir desta semana vamos entrar com um processo completo para repor
a legalidade do que está em falta", informou António Kileba.
Segundo o
sindicalista, entre as reivindicações, que continuam por ser atendidas, está o
pagamento de retroativos, a reconversão de carreiras e o pagamento de
subsídios.
"Quer dizer
que muita coisa que foi reivindicada não está a ser respondida aos
profissionais", disse António Kileba, avançando que está prevista para o próximo
dia 28 a
realização de uma assembleia de trabalhadores para análise da situação.
Na lista de
reivindicações apresentadas em 2012, consta o pagamento de retroativos
salariais, resultantes da aplicação do novo regime da carreira de Enfermagem, o
pagamento de um adicional salarial para quem trabalha além das suas obrigações
profissionais definidas por carreira, bem como o pagamento de subsídios de
turno rotativos e noturno.
O pagamento de
subsídios relativos à exposição direta e indireta de agentes físicos, químicos
e biológicos e cartão de segurança social também constam do caderno
reivindicativo.
Por ocasião do Dia
Internacional dos Enfermeiros, o ministro angolano da Saúde, José Van-Dúnem, na
abertura das jornadas alusivas à data, destacou a responsabilidade da classe
dos enfermeiros - a mais numerosa do Sistema Nacional de Saúde em Angola - no
sucesso que o país tem alcançado no cumprimento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio.
José Van-Dúnem
manifestou a sua satisfação pelo empenho dos profissionais de enfermagem na
concretização desses objetivos, todavia, lembrou que a formação é necessária
para a obtenção de melhores resultados.
"Não vai ser
possível atingir esses objetivos se não se der uma especial atenção à
formação", disse o ministro, realçando que em Angola existem escolas de
enfermagem nas 18 capitais provinciais.
Para o
secretário-geral adjunto do Sindicato de Técnicos de Enfermagem de Luanda, as
declarações do governante angolano estão "fora do contexto prático".
"Sobre a
qualificação de quadros, não existe mudança de categoria dos profissionais, de
acordo com o perfil que apresenta. Não nos revemos nesse tipo de declarações
para enganar a comunidade. Para os profissionais são discursos que julgamos
fora do contexto prático", frisou António Kileba.
Em 2012, as
reivindicações dos enfermeiros estiveram na base da convocatória de duas
greves, em janeiro e maio, tendo a última durado três dias e contado com a
adesão de 80 por cento dos enfermeiros de todos os hospitais, centros e postos
de saúde da Direção Provincial de Luanda.
O Sindicato dos
Técnicos de Enfermagem conta com 44 mil filiados, dos quais 15 mil estão em
Luanda, a capital do país.
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