MB – VM - Lusa
Bissau, 22 mai
(Lusa) - Os alunos da Escola Superior de Educação (ESE) da Guiné-Bissau
fecharam hoje a cadeado as portas do estabelecimento de formação de professores
em sinal de protesto pela greve dos docentes das escolas públicas do país.
Os professores das
escolas públicas guineenses estão de greve geral há quase um mês, reclamando o
pagamento de salários em atraso.
Evanir Nunes Ocaia,
presidente da Federação dos alunos da ESSE, disse à Agência Lusa que o fecho
das portas da escola "é por tempo indeterminado" e surge como
"medida de pressão ao Governo" para que pague os salários aos
professores, que já não recebem há oito meses.
O fecho do portão
da Escola Superior de Educação fez com que os alunos do departamento de Língua
Portuguesa, que têm o apoio do Instituto Camões a partir de Portugal, também
estejam sem aulas.
Evanir Ocaia sabe
que está a prejudicar os alunos que aprendem a língua portuguesa, mas considera
ser a única forma de pressionar o Governo guineense no sentido de resolver o
problema.
"Por ser um
curso que recebe o apoio de um Governo de outro país (Portugal) e por esse
motivo funcionava sem problemas. O nosso Governo vai ter de tomar medidas
porque eles também estão sem aulas", defendeu o presidente da Federação
dos alunos da ESE.
"A ideia é
bloquear tudo. Não vai funcionar nada até que se resolva o nosso
problema", disse Evanir Ocaia, que considera insignificante o número de
alunos que frequentam o ensino da Língua Portuguesa na ESE.
"É como se
fossem uma gota de água no oceano. Achamos injusto que estejam a ter aulas
enquanto nós, que somos o grosso dessa escola, estamos sem aulas", afirmou
o dirigente estudantil.
As portas da
escola, no bairro de Missirá, só voltarão a abrir com o pagamento de salários
aos professores de todos os cursos e ainda quando a direção da escola melhor de
condições de trabalho e de aprendizagem, defendeu Evanir Ocaia.
"Exigimos que
haja Internet, corrente elétrica suficiente, abertura da sala do conselho
técnico pedagógico durante a noite, a reabilitação do ginásio do Enefd"
(Escola Nacional de Educação Física e Desporto) que faz parte da ESE, sublinhou
Ocaia.
A ESE tem mais de
três mil alunos, em cursos diversos para chegar à carreira docente.
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