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- Lusa
Luanda, 22 mai
(Lusa) - A Guiné Equatorial entra formalmente na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) na próxima cimeira, a realizar em 2014 em Díli, disse
hoje em Luanda o Presidente daquele país.
Teodoro Obiang, que
falava à imprensa no final da visita de trabalho de cerca de seis horas a
Luanda, citou expressamente o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
"O meu irmão
Presidente (José Eduardo) dos Santos foi claro: a Guiné Equatorial vai entrar
na próxima reunião", disse Teodoro Obiang.
O presidente da
Guiné Equatorial acrescentou que pretende visitar todos os países membros da
CPLP para que o seu país se torne membro da organização lusófona.
"Falámos sobre
a nossa entrada na CPLP, porque nós solicitámos a nossa adesão, mas na última
reunião (realizada em Maputo) não foi possível", acrescentou.
A adesão como
membro de pleno direito à CPLP, onde detém o estatuto de "observador associado",
tem sido repetidamente chumbada, e tal deve-se à necessidade de "convergir
com os objetivos e princípios orientadores" da CPLP, segundo a
"Declaração de Maputo", aprovada na cimeira de chefes de Estado e de
Governo, realizada em 2012 em Moçambique.
Segundo
organizações da sociedade civil dos países membros da organização, em causa
está o registo negativo da Guiné Equatorial no domínio dos Direitos Humanos.
Nesta deslocação a
Angola, Teodoro Obiang manteve um encontro com o seu homólogo angolano, que lhe
ofereceu um almoço na Cidade Alta, sede da Presidência angolana.
Antes de regressar
ao seu país, nas declarações que fez à imprensa no Aeroporto 4 de Fevereiro,
Teodoro Obiang disse que nesse encontro abordou com José Eduardo dos Santos as
relações bilaterais, que classificou como "excelentes".
"Este encontro
serviu para abordar temas bilaterais, temas atuais não só de África, mas também
internacionais. Abordámos igualmente temas específicos como a reunião da
Comissão do Golfo da Guiné, que desta vez se realiza na Guiné Equatorial. Vamos
prepará-la para que se realize o mais breve possível, que se encontra atrasada
quase dois, três anos.
A deslocação de
Teodoro Obiang a Luanda ocorre quatro dias antes da realização de eleições
legislativas.
Organizações
não-governamentais como a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch e a
Equatorial Guinea Justice têm vindo a alertar para um previsível agravamento
das violações dos direitos humanos e da falta de liberdade durante a campanha
eleitoral para as legislativas de 26 de maio.
No escrutínio do
próximo dia 26, os eleitores da Guiné Equatorial vão eleger os membros do
parlamento e das autarquias. É também a primeira vez que vão ter a
possibilidade de escolher 55 membros do novo Senado, criado depois das
alterações à Constituição do país promulgadas em fevereiro de 2012.
O regime de Obiang
é acusado de ser repressivo e de não respeita os direitos humanos por várias
organizações internacionais.
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