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Lusa
Luanda, 17 mai
(Lusa) - Metade das descobertas de petróleo e gás natural entre 2005 e 2012
foram feitas no Brasil, Moçambique e Angola, destacou hoje em Luanda o
presidente executivo da Galp Energia.
Manuel Ferreira de
Oliveira, que intervinha na conferência internacional "Eficiência
Energética e Desenvolvimento Sustentável", organizada pela KPMG, defendeu
que esse facto traz "especial responsabilidade ao espaço lusófono".
"Isto traz uma
especial responsabilidade ao espaço lusófono. Posso dizer-lhes,
inequivocamente, que essas descobertas agregadas à sustentabilidade dos
sucessos passados, que Angola transforma o espaço lusófono, reposicionam, em
termos geopolíticos, o espaço lusófono na economia global. Não tenho dúvida
nenhuma sobre isso", frisou.
Para Ferreira de
Oliveira, tal constitui um desafio para o qual os lusófonos se devem preparar,
"ocupando no mundo o papel que a geologia chama a desempenhar".
O presidente
executivo da Galp Energia destacou ainda o facto da empresa portuguesa estar
presente nestes três países.
No final, em
declarações à imprensa, retomou a ideia de quão importante é essa presença.
"Nós no Brasil
temos uma presença que é materialmente muito superior à que temos em Angola,
sem que em termos qualitativos seja diferente. A verdade é que no Brasil hoje
temos uma presença ativa em cerca de 20 blocos de produção, enquanto aqui temos
cinco", acentuou.
Ferreira de
Oliveira salientou depois o facto da empresa portuguesa, num processo de
licitação que decorreu há dias, ter adquirido a participação em mais nove
blocos no Brasil.
"Reforçámos a
presença no Brasil, na atividade de exploração e aqui estamos (em Angola) para
ver o que o futuro nos traz. A nossa presença em Moçambique também é
materialmente muito relevante no que diz respeito à área do gás",
acrescentou.
Instado a comentar
a notícia publicada hoje na edição de Angola do semanário Sol, segundo a qual a
Galp está importar mais crude angolano, que já representa 25 por cento do
total, em alternativa ao que era comprado no Médio Oriente, Ferreira de
Oliveira disse que Portugal "sempre foi comprador do crude angolano".
"Compramos por
dia 300 mil barris de crude em todo o mundo: norte de África, costa ocidental
de África, Médio Oriente, Rússia e Mar do Norte e algum da América
Latina", indicou.
"Sempre fomos
compradores de crude angolano. A nossa refinaria de Sines processa muito bem o
crude angolano, que é vendido nos mercados internacionais a preços
competitivos, e nós, sempre que modelos económicos determinam que ele é a
melhor fonte de abastecimento para processarmos na refinaria, compramos",
vincou.
"E temos muito
gosto em continuar a comprar", concluiu.
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