terça-feira, 7 de maio de 2013

Portugal: DECLARAÇÃO DE PAULO PORTAS FOI “CENA MAQUIAVÉLICA” - Arménio Carlos




JYMC (ATF)  MSF - Lusa - foto Paulo Cunha

O secretário-geral da CGTP disse hoje que a conferência de imprensa de domingo do presidente do CDS-PP e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, foi uma “cena maquiavélica” e de “grande hipocrisia”.

Arménio Carlos expressou a convicção de que Paulo Portas “abriu no domingo uma nova campanha eleitoral, assumindo publicamente o seu desejo de se perpetuar no poder” e que “está a procurar dar o salto, deixando o seu parceiro de coligação para trás para preparar (…) outro parceiro para fazer um casamento por conveniência”.

Em causa estão as declarações do presidente centrista e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que falava numa conferência de imprensa na sede do CDS-PP, sobre as medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, revelou não concordar com a nova contribuição sobre pensões e confessou ter ficado incomodado com o alegado aumento da idade da reforma para os 67 anos, defendendo que essa discussão, apontando para os 66 anos, deve ter "consenso social e densidade técnica".

O líder da CGTP criticou o facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros, “um membro do Governo, vir para a televisão (…) dizer que afinal a culpa não é dele, mas dos outros” e lembrou que o CDS-PP possui “ministérios-chave no que respeita a sensibilidades sociais”.

Arménio Carlos deu o exemplo do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e recordou que a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, “aprovou uma lei que facilita os despejos, particularmente das pessoas mais idosas”.

Durante a inauguração da Casa Sindical de Leiria, o sindicalista reiterou a confiança de que a manifestação agendada pela central sindical para 25 de maio em Belém (Lisboa), junto à residência oficial do Presidente da República irá “mostrar a força imparável do povo”.

Razões, segundo Arménio Carlos, não faltam: “Não podemos aceitar salários em atraso, (…) que o desemprego seja regra e não a exceção, que seja anunciado um novo pacote, e brutal, contra os trabalhadores da função pública (…) porque isto é anormal, imoral e ilegal em muitos casos”.

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