MSE – MLL - Lusa
Díli, 17 mai (Lusa)
- O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, visitou hoje a escola
portuguesa em Díli, enquanto encarregado de educação, para falar de cidadania,
da história do país e de liberdade, que inclui também obedecer aos pais.
A presença do chefe
de Estado na escola portuguesa Ruy Cinatti, onde estudam os seus três filhos,
ocorreu no âmbito da iniciativa dedicada aos encarregados de educação para
falarem às crianças sobre as suas profissões.
Depois de uma
pequena explicação da luta pela restauração da independência do país, que
celebra na segunda-feira o seu 11.º aniversário, e da conquista da liberdade, a
cerca de 40 alunos do ensino básico, as perguntas não se fizeram esperar.
Se somos livres
porque é que temos de fazer o que os pais querem?, questionou uma das alunas.
"É porque a
liberdade não é absoluta", explicou Taur Matan Ruak, salientando que é
preciso obedecer aos pais, principalmente quando eles mandam as crianças
estudar.
É que, disse Taur
Matan Ruak, ser livre não é fazer o que se quer.
Logo a seguir, mais
um dedo no ar para questionar: Porquê que ainda há muitas pessoas que não
sentem a liberdade?
"Porque ainda
há muitas dificuldades", respondeu o Presidente, que não pôde continuar
porque já outro aluno lhe perguntava se gostava da liberdade.
"Adoro. Lutei
tanto. Eu vivia no mato, não tinha casa, nem cama para dormir a lutar por
vocês", disse, com direito a palmas.
Já no final da
sessão, em declarações à agência Lusa, o Presidente confessou que algumas das
perguntas foram mais difíceis do que aquelas que os jornalistas lhe costumam
fazer.
"Para a idade
deles fizeram perguntas muito difíceis. Mas foi interessante interagir com as
crianças e tentar utilizar linguagem que os faça entender, é um desafio
enorme", disse Taur Matan Ruak.
Em relação ao facto
de todas as crianças fazerem perguntas relacionadas com a liberdade, Taur Matan
Ruak disse estar surpreendido, porque "muitos deles nasceram depois de
Timor se tornar independente".
"Esta
liberdade para eles não está relacionada com a liberdade que eu não sentia. É
fantástico, em crianças na idade deles, um interesse tão grande em saber o que
é a liberdade", afirmou.
O dia para os
encarregados de educação terminou com danças tradicionais timorenses e
portuguesas.
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