FP – PJA - Lusa
Bissau, 17 mai
(Lusa) - Os dois principais partidos da Guiné-Bissau assinaram hoje um
memorando de entendimento que compreende nomeadamente a remodelação do atual
governo, mantendo o primeiro-ministro, Rui de Barros.
O acordo foi
assinado na sede da União Africana em Bissau e juntou o primeiro
vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGV), Manuel Saturnino da Costa, e o presidente do Partido da Renovação
Social (PRS), Alberto Nambeia.
No documento, os
dois partidos salientam que a existência de entendimento entre os políticos da
Guiné-Bissau é uma condição indispensável para que a comunidade internacional
possa apoiar o período de transição, e que esse entendimento deve abranger
todos os partidos, a sociedade civil, o poder tradicional e as confissões
religiosas.
Os dois partidos
reconhecem ainda que as soluções para os problemas da Guiné-Bissau devem de ser
encontradas dentro do país, e aceitam que o período de transição seja até final
do ano e que as eleições se realizem nesse período.
PAIGC e PRS
defendem no documento "uma remodelação do atual governo de base alargada e
de inclusão, com a maior brevidade possível", nos termos de uma orgânica
que já existe mas que não foi revelada aos jornalistas. Apenas foi referido que
o atual primeiro-ministro continuará em funções no futuro governo.
No acordo assinado
os dois partidos defendem ainda que seja criado "um espaço de diálogo e concertação
que perdure para lá do período de transição", e comprometem-se em
respeitar a Constituição e outras leis decorrentes do golpe de Estado de 12 de
abril do ano passado.
PAIGC e PRS esperam
que o compromisso hoje assinado possa encorajar a comunidade internacional a
"desbloquear suspensões e sanções" impostas à Guiné-Bissau.
A assinatura do
documento foi saudad por Manuel Saturnino da Costa, que agradeceu o apoio da
União Africana mas também da ONU e da comunidade regional, salientando que a
responsabilidade para levar o país a sair da atual crise é de todos os
guineenses.
Um discurso na
mesma linha teve também Alberto Nambeia, segundo o qual a procura de consensos
tem de sair dos guineenses e a vitória eleitoral não é o mais importante,
porque o mais importante é "a paz e a estabilidade da Guiné-Bissau".
Ovídeo Pequeno, o
representante da União Africana na Guiné-Bissau, que conduziu as conversações
entre os dois partidos, salientou a "vontade política" das duas
forças em ultrapassar obstáculos e pediu esforços para que haja um consenso
alargado da classe política guineense que vá além dos dois principais partidos.
Os representantes
da ONU e da União Europeia no país assistiram à assinatura do memorando.
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