PMA – VM - Lusa
Maputo, 22 mai
(Lusa) - Os profissionais de saúde moçambicanos, incluindo os médicos, entraram
hoje no terceiro dia de greve por melhores salários e condições de trabalho,
desafiando os apelos do Governo para regressarem ao trabalho e pautar pelo
diálogo.
Em declarações à
Lusa, vários médicos relataram que a polícia moçambicana isolou com tarjas o
Jardim Nangade, no centro de Maputo, impedindo os profissionais de saúde de
manter uma concentração que se tornou habitual, desde o início da paralisação,
na segunda-feira.
Fonte da Associação
Médica disse que a presença da polícia no Jardim Nangade e a interdição da
ocupação do espaço pelos médicos é parte da estratégia de intimidação que o
executivo está a seguir para persuadir os profissionais de saúde de prosseguir
com a greve.
"As ameaças e
chantagem de expulsão proferidas pelos diretores dos hospitais e pelos
médicos-chefes estão a aumentar de tom, mas isso não nos vai fragilizar",
disse a fonte.
Segundo a
Associação Médica, o terceiro dia de greve está a registar uma adesão acima das
expetativas e as alternativas encontradas pelo Ministério da Saúde para
minimizar o efeito da paralisação não estão a resultar.
"Todos os
hospitais ou quase todos os hospitais do país não estão a funcionar e os
médicos militares, estudantes, estagiários e voluntários da Cruz Vermelha
mobilizados pelo Governo não irão aguentar com a carga de trabalho", disse
a fonte.
Em conferência de
imprensa, a porta-voz do Ministério da Saúde, Francelina Romão, disse que a
greve se circunscrevia "a alguns focos de desestabilização em Maputo,
Matola e Machava", regiões do sul do país.
Na mesma
conferência de imprensa, o Governo afirmou que as reivindicações dos médicos
são insustentáveis, tendo em conta que a classe teve recentemente um aumento de
15 por cento nos salários e a incapacidade financeira do Estado.
Os médicos exigem
um incremento de 100 por cento nos salários e no subsídio de risco, bem como
residência condigna para os profissionais deslocados das suas áreas de
residência.
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