quarta-feira, 22 de maio de 2013

UNITA exige comissão parlamentar de inquérito à morte de dirigente do partido



NME – VM - Lusa

Luanda, 22 mai (Lusa) - A UNITA vai exigir à Assembleia Nacional angolana o envio "urgente" de uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar as circunstâncias do assassínio de um dirigente daquele partido, na província do Huambo, noticiou hoje o Jornal de Angola.

Em causa está a morte do secretário municipal das finanças da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Francisco Epalanga, ocorrida no dia 11 deste mês, no município de Londuimbali.

A decisão do maior partido da oposição em Angola foi tomada na reunião do grupo parlamentar da UNITA, para a preparação da VII sessão plenária ordinária da Assembleia Nacional, prevista para quinta-feira.

Em conferência de imprensa, realizada na terça-feira, para o partido manifestar a sua "indignação" face ao ato e ao silêncio das autoridades angolanas, o secretário provincial da UNITA no Huambo, Liberty Chiaka, disse que o grupo parlamentar do partido vai instar o Procurador-Geral da República, a Assembleia Nacional e as autoridades do Huambo para que os culpados sejam responsabilizados criminalmente.

A UNITA considera que o assassínio do seu membro "representa uma grosseira violação do direito à vida e das liberdades políticas constitucionalmente consagrados".

"O grupo parlamentar da UNITA repudia igualmente as alegações de dirigentes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder), tentando justificar o ocorrido, com uma pretensa rejeição pela população, da implantação das estruturas da UNITA", referiu Liberty Chiaka.

Para o partido da oposição, as declarações feitas por dirigentes do MPLA vão em defesa do princípio da "justiça por mãos próprias", negando o Direito e sendo "um indicador da não-aceitação da diferença num Estado que se quer democrático e de direito".

Liberty Chiaka disse que na província do Huambo, no planalto central, "está mais do que demonstrado que na base dos atos de intolerância política, que têm resultado em mortes dos militantes da UNITA, estão dirigentes do MPLA".

"O caso de Francisco Epalanga, secretário municipal das Finanças no Londuimbale, junta-se a outros tantos, noutras partes do país, perpetrados por elementos afetos ao partido no poder, perante a inação da Procuradoria-Geral da República, mesmo depois de intentados os respetivos processos judiciais", acusou a UNITA.

O responsável anunciou ainda a realização de uma vigília, a 01 de junho próximo, em honra do dirigente "barbaramente assassinado".

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