NME – VM - Lusa
Luanda, 22 mai
(Lusa) - A UNITA vai exigir à Assembleia Nacional angolana o envio
"urgente" de uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar as
circunstâncias do assassínio de um dirigente daquele partido, na província do
Huambo, noticiou hoje o Jornal de Angola.
Em causa está a
morte do secretário municipal das finanças da União Nacional para a
Independência Total de Angola (UNITA), Francisco Epalanga, ocorrida no dia 11
deste mês, no município de Londuimbali.
A decisão do maior
partido da oposição em Angola foi tomada na reunião do grupo parlamentar da
UNITA, para a preparação da VII sessão plenária ordinária da Assembleia
Nacional, prevista para quinta-feira.
Em conferência de
imprensa, realizada na terça-feira, para o partido manifestar a sua "indignação"
face ao ato e ao silêncio das autoridades angolanas, o secretário provincial da
UNITA no Huambo, Liberty Chiaka, disse que o grupo parlamentar do partido vai
instar o Procurador-Geral da República, a Assembleia Nacional e as autoridades
do Huambo para que os culpados sejam responsabilizados criminalmente.
A UNITA considera
que o assassínio do seu membro "representa uma grosseira violação do
direito à vida e das liberdades políticas constitucionalmente
consagrados".
"O grupo
parlamentar da UNITA repudia igualmente as alegações de dirigentes do MPLA
(Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder), tentando justificar o
ocorrido, com uma pretensa rejeição pela população, da implantação das
estruturas da UNITA", referiu Liberty Chiaka.
Para o partido da
oposição, as declarações feitas por dirigentes do MPLA vão em defesa do
princípio da "justiça por mãos próprias", negando o Direito e sendo
"um indicador da não-aceitação da diferença num Estado que se quer
democrático e de direito".
Liberty Chiaka disse
que na província do Huambo, no planalto central, "está mais do que
demonstrado que na base dos atos de intolerância política, que têm resultado em
mortes dos militantes da UNITA, estão dirigentes do MPLA".
"O caso de
Francisco Epalanga, secretário municipal das Finanças no Londuimbale, junta-se
a outros tantos, noutras partes do país, perpetrados por elementos afetos ao
partido no poder, perante a inação da Procuradoria-Geral da República, mesmo
depois de intentados os respetivos processos judiciais", acusou a UNITA.
O responsável
anunciou ainda a realização de uma vigília, a 01 de junho próximo, em honra do
dirigente "barbaramente assassinado".
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