sexta-feira, 7 de junho de 2013

Angola: José Eduardo dos Santos quer ficar no poder até morrer – Abel Chivukuvuku

 


NME - MLL – Lusa – foto Paulo Novais
 
O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, disse hoje que José Eduardo dos Santos deu mostras, na entrevista à SIC, que está no poder "para ficar ali toda a vida".
 
Abel Chivukuvuku reagia, em declarações à Lusa, à entrevista transmitida na quinta-feira pela SIC ao Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
 
Para o líder da CASA-CE, foi importante José Eduardo dos Santos - que classificou como uma pessoa "excessivamente reclusa" - ter falado após 22 anos, desde a sua última entrevista, mas teria sido melhor, considerou, se tivesse falado para a comunicação social angolana.
 
"De facto, foi do ponto de vista de imagem, um ‘mais velho' simpático, sorridente, mas completamente vazio, apagado e que deu pena sentir que não tem projeto para o país. Não tem ideia para o país e que tem no seu quadro mental uma Angola irreal", considerou.
 
Segundo Abel Chivukuvuku, essa "Angola irreal" pode ser fruto "dos relatórios que recebe e também consequência da tendência de reclusão (…) e não consegue ter noção do que é Angola e por isso foi vazio".
 
Aquele dirigente político, líder da terceira força política angolana, manifestou igualmente preocupação com o facto de José Eduardo dos Santos ter dado a entender, nas "entrelinhas", que pretende ficar no poder "para toda a vida".
 
"Não tem em consideração que está há quase 40 anos no poder - ele próprio reconheceu que neste momento é um dos chefes de Estado mais antigos de África - e deu-me a impressão que dá-lhe gozo isso, mas que também não tem noção de que está a travar o país, que está a condicionar a vida do cidadão, que espera transformações", frisou.
 
Abel Chivukuvuku, referindo que José Eduardo dos Santos "não está à altura" para transformar o país, disse que o Presidente angolano é "um cidadão autoritário, com excessiva sede de poder, que concentra em si todo o tipo de decisões".
 
"É lamentável, mas precisamos de encontrar modelos para dialogar com ele, para reconhecer as coisas boas que na vida fez, mas também chamar-lhe a atenção de que já não está à altura para os desafios do país", realçou.
 
Sobre a resposta de que as manifestações em Luanda têm sido realizadas por um grupo isolado de cerca de 300 pessoas, Abel Chivukuvuku disse não se admirar, já que José Eduardo dos Santos é uma pessoa "sem convicções democráticas e alguém que subestima tudo".
 
"Para o PR, por ser 300 pessoas dá-lhe legitimidade de mandar dar pancada, mandar prender, quando ele deveria reconhecer que mesmo se forem cinco pessoas, elas têm direito a exprimirem o seu ponto de vista", comentou.
 

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