domingo, 16 de junho de 2013

MILHARES DE ESPANHÓIS SAEM À RUA EM PROTESTO CONTRA A AUSTERIDADE



RCR – CC - Lusa

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje, em Madrid e outras cidades espanholas, contra as políticas de austeridade, apelando ao primeiro-ministro Mariano Rajoy que se concentre na criação de empregos para tirar o país da recessão.

Ao som de tambores e apitos, os manifestantes desfilaram pelas ruas centrais da capital espanhola, empunhando bandeiras vermelhas e brancas (as cores dos sindicatos) e cartazes onde se lia: “A austeridade destrói e mata” e “Os cortes orçamentais são um roubo”.

O protesto começou por volta do meio-dia junto ao Ministério da Saúde e acabou na Puerta del Sol, onde foi lido um manifesto.

“Esperamos que o Governo perceba que não podemos inverter a situação com cortes e mais cortes. É altura de mudar de rumo e fazer mais pelo crescimento económico”, declarou Diana Rodriguez, de 47 anos, antiga bancária, no desemprego há quase dois anos.

“O Governo deve mudar de rumo. É evidente que o caminho pelo qual nos têm levado ainda nos vai afundar mais”, avisou Carlos Lago, um funcionário de 32 anos que trazia um cartaz com a seguinte frase: “Sem pão, não há paz”.

As manifestações aconteceram em 28 cidades espanholas, entre as quais Barcelona, a segunda cidade do país, e Vigo, a maior cidade galega.

Foram organizadas pelos três principais sindicatos espanhóis sindicatos: CCOO (Confederação Sindical das Comissões Operárias), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e USO (União Sindical Operária).

Desde que foi eleito, em dezembro de 2011, o primeiro-ministro Mariano Rajoy anunciou uma série de cortes orçamentais, aumento de impostos e a reforma do sistema de pensões para consolidar as finanças públicas.

O Governo Rajoy prometeu recuperar 150 mil milhões de euros até 2014 graças a um plano de rigor orçamental sem precedentes que tem originado protestos em massa.

A economia espanhola, a quarta da zona euro, recuou 0,5% nos primeiros três meses de 2013, a sétima queda trimestral consecutiva.

O desemprego atingiu uma taxa recorde de 27,16%, o nível mais elevado desde a restauração República espanhola depois da morte de Franco em 1975.

Foto: TONI GARRIGA/EFE

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