sábado, 1 de junho de 2013

MILHARES DE PESSOAS MANIFESTAM-SE EM PORTUGAL CONTRA O GOVERNO E A TROIKA

 

Jornal i - Lusa
 
O protesto realiza-se em várias cidades europeias contra a ‘troika’, mas os portugueses exigem a demissão do Governo liderado por Pedro Passos Coelho
 
Centenas de manifestantes exigem em Lisboa a queda do governo
 
Centenas de pessoas estavam, pelas 16:30, concentradas junto à rotunda de Entrecampos, em Lisboa, para pedir a demissão do Governo num protesto comum a várias cidades europeias.
 
A manifestação, que vai fazer o percurso entre Entrecampos e a Alameda com passagem pelo escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI), é promovida em Portugal pelo movimento “Que se lixe a Troika".
 
O protesto realiza-se em várias cidades europeias contra a ‘troika’, mas os portugueses exigem a demissão do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
 
“Queremos a queda do Governo. Não há mais condições para este Governo continuar, eles estão isolados”, disse à Lusa Myriam Zaluar, uma das signatárias do movimento “Que se lixe a Troika".
 
A ativista adiantou que o protesto também tem importância a nível internacional, sendo uma “luta de todas os povos da Europa”.
 
“Estamos juntos numa luta pelo futuro da Europa e até da humanidade”, referiu.
 
Myriam Zaluar afirmou ainda que nesta manifestação é esperada “menos gente” do que nos anteriores protestos, como o de 15 de setembro de 2012 e o de 02 de março deste ano, também organizados por este movimento.
 
A ativista justificou a menor adesão com o número de protestos que se têm realizado nos últimos tempos, mas sublinhou que “cada protesto é um protesto”.
 
“Não devemos medir os protestos pelo número de pessoas mas, sim, pela frequência e multiplicidade”, considerou.
 
Presente no protesto, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse à Lusa que esta é uma oportunidade para as pessoas saírem à rua a manifestarem o seu descontentamento.
 
“Todas as iniciativas são boas, todas as iniciativas públicas são importantes, não importa a dimensão, o que importa é sair à rua porque em casa não resolvemos nada e na rua podemos resolver", afirmou o responsável pela central sindical.
 
"É possível pôr fim a esta política e a este desastre", concluiu ainda Arménio Carlos, que na sexta-feira anunciou a marcação de uma greve geral para 27 de junho contra as medidas de austeridade, por eleições antecipadas e por novas políticas económicas e sociais.
 
Mais de mil pessoas gritam contra a troika e o governo no Porto
 
Mais de mil pessoas participam hoje no Porto na manifestação contra a ‘troika’ convocada para várias cidades do país gritando pela demissão do Governo.
 
Os manifestantes concentraram-se a partir das 15:30 na Cordoaria da cidade e desceram depois os Clérigos, dirigindo-se para os Aliados, ao som de palavras de ordem como: “Passos, escuta, o povo está em luta”, “FMI fora daqui” ou “Sai do passeio e vem para o nosso meio”.
 
Helena Morais, uma advogada de 26 anos, disse à Lusa estar na manifestação não por ela, mas “pelas pessoas que estão na miséria”.
 
“Estão a tirar tudo aos pobres e isso revolta-me. Conheço pessoas que estão a sofrer muito, é importante estarmos aqui para derrubar o Governo e mandar embora a ‘troika’”, afirmou.
 
Augusta da Conceição, de 77 anos e empunhando um cartaz onde se lê “’Troika, go home” (‘Troika’, vai para casa), disse que aquilo que a moveu para ir à manifestação foi ver que “há pessoas que estão em grandes dificuldades”. Acrescentou que se sentiu na obrigação de “seguir os outros nesta luta contra a troika”.
 
Os organizadores dizem que estão a participar na manifestação 2.500 a 3.000 pessoas, enquanto os agentes policiais no local referem mil a 1.500.
 
Dezenas de cidades portuguesas aderiram ao protesto europeu do movimento "Povos Unidos contra a 'troika'" convocado para hoje.
 
Realizada em 102 cidades europeias de 18 países, a manifestação visa contestar as políticas que se têm desenvolvido nos países onde a ‘troika’ do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional tem intervenção.
 
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