O País (mz) – 24 junho
2013
Alta tensão no
centro do país
A polícia deteve
dois presumíveis integrantes dos homens armados que estão a criar pânico na
EN1. Um dos indiciados negou todas as acusações que pesam
sobre si e diz que é apenas um curandeiro.
Duas pessoas
morreram e outras três, entre elas uma criança de apenas duas semanas de vida,
contraíram ferimentos graves e ligeiros na madrugada da última sexta-feira, no
troço entre o rio Save e o posto administrativo de Muxúnguè, na província de
Sofala, concretamente nas margens do Rio Ripembe, no distrito de Machanga.
O ataque surge na
sequência do apelo deixado pela Renamo, segundo o qual iria interditar a
circulação de pessoas e bens naquele troço. Os mesmos, que ocorreram entre as
04h00 e 05h00 da manhã, visaram dois camiões de mercadoria, que foram
incendiados, e autocarros de transporte de passageiros, pertencentes às
empresas TCO e Etrago.
Desde a ocorrência
dos ataques, a circulação naquela região é restrita e só acontece mediante
escolta das forças de defesa e segurança e durante o dia. As viaturas são
organizadas em colunas e os agentes da Força de Intervenção Rápida e ou das
Forças Armadas de Defesa de Moçambique, fortemente armados, são introduzidos
nas viaturas privadas, autocarros de passageiros e camiões de carga, para além
de serem acompanhados por um tanque de guerra blindado, que transporta outros
militares.
Mónica Malate, de
34 anos de idade, empregada de um estabelecimento hoteleiro em Muxúnguè, contou
que na noite do dia anterior ao ataque pernoitou na região de Save, porque não
havia escolta. Partiu no dia seguinte, muito cedo, num dos autocarros atacados
e contou como foi: “quando chegámos no rio Ripembe, o motorista reduziu a
velocidade, pois a ponte não está em condições. Quando estávamos no meio da
ponte, de repente, vimos nas bermas da estrada, tanto a frente como atrás,
vários homens armados, alguns fardados e outros a civil. Mandaram-nos parar,
mas o motorista não parou. Disparam e atingiram o motorista, que perdeu o
controlo da viatura e foi embater, violentamente, numa árvore. Ouvi mais tiros
e um deles passou e raspou a minha testa. Consegui saltar do carro e corri para
o mato. A viatura foi posteriormente incendiada pelos homens armados”, explica.
Mónica contou ainda
que mesmo ferida conseguiu arrastar-se até à estrada, onde pediu socorro a um
automobilista que seguia no sentido contrário.
Leia mais na edição
impressa do «Jornal O País»
Sem comentários:
Enviar um comentário