sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mortalidade em baixa mas malária mantém-se principal causa de morte em Angola

 

NME – JMR - Lusa
 
A mortalidade da malária em Angola está em quebra, com 5.000 mortos registados em 2012, mas a doença mantém-se a principal causa de morte dos angolanos, disse hoje à Lusa fonte oficial.
 
O coordenador do Programa Nacional angolano de Luta contra a Malária, Filomeno Fortes, disse que as 5.000 mortes provocadas pela malária em 2012 representam "50 por cento de redução do peso da malária como causa de morte", face aos 10.000 mortos anuais registados há cinco anos.
 
"Mas ainda temos um longo caminho a percorrer e este ano estamos a dar prioridade à distribuição em massa de redes mosquiteiras. Precisamos que nos próximos 12 meses, pelo menos 70 por cento da população angolana tenha acesso a uma rede mosquiteira para prevenir-se contra a malária", disse Filomeno Fortes à margem das jornadas científicas sobre Doenças Tropicais e Grandes Endemias, organizadas pelo Ministério da Saúde de Angola, para assinalar os 100 anos do I congresso internacional de medicina tropical, em 1913 em Londres.
 
Esta semana, o "Relatório Social de Angola 2012", elaborado pelo Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, refere que a malária continua a ser "reiteradamente das doenças mais registadas e a principal causa de notificação de óbitos".
 
Segundo o estudo, "em 2011 houve um prenúncio de abrandamento, mas em 2012 voltou a verificar-se uma subida dos casos notificados".
 
Os dados do relatório do CEIC dão conta que em 2011 foram notificados 3,5 milhões de casos, enquanto que em 2012 o número subiu para quatro milhões.
 
O estudo deixa várias indicações sobre as razões do "retrocesso no combate à malária", como o crescimento da população a um ritmo de 2,9% ao ano, a crescente urbanização sem condições de acolhimento dos migrantes, a falta de meios de combate à doença ou a carência de recursos financeiros das populações para a prevenção e tratamento da doença.
 
Foto: Stephen Morrison – EPA
 

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