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Lusa
O coordenador do
Bloco de Esquerda, João Semedo considerou hoje sem sentido de atualidade o
discurso do Presidente da República sobre a união dos portugueses, alegando que
os portugueses "estão muito unidos contra o Governo".
Em declarações aos
jornalistas, na Feira do Livro de Lisboa, João Semedo apontou as palavras de
Cavaco Silva, hoje, em Elvas, como "um apelo à resignação", mas
"um apelo contra a vontade do povo português".
"O Presidente
da República fala da unidade de todos os portugueses. Bom, mas hoje os
portugueses estão muito unidos: muito unidos contra o Governo que ele mantém,
muito unidos contra o memorando que ele defende, muito unidos contra a 'troika'
que ele continua a desejar que esteja no país", alegou.
Segundo o dirigente
do Bloco de Esquerda, o discurso do chefe de Estado não tem, por isso,
"qualquer consequência" nem "sentido de atualidade".
"O Presidente
da República é hoje o único português que sustenta e apoia politicamente este
Governo. Portanto, são palavras e, como se costuma dizer, palavras leva-as o
vento", acrescentou.
De acordo com João
Semedo, "tem havido muitíssimas formas de o povo português exprimir o seu
amplo consenso contra esta política e contra este Governo" e, se o
Presidente da República tivesse consequência nas suas palavras, já teria
demitido este Governo".
Hoje, em Elvas, no
âmbito das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas, 10 de junho, Cavaco Silva defendeu que esta não é
altura de "vacilar" e que "ninguém está dispensado" de
ajudar Portugal no atual momento, referindo que, "nas horas decisivas, os
portugueses souberam unir-se para defender os grandes desígnios
nacionais".
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