O Presidente da
República afirmou ontem que apesar da crise há coesão nacional no país. Os
líderes sindicais da CGTP e da UGT lembram Cavaco Silva que há uma greve geral
no final do mês.
«Não está a
verificar-se coesão social no país. Pelo contrário, o que se está a verificar é
o aumento das desigualdades em que a esmagadora maioria do povo vive cada vez
pior e em que há uma minoria que vive cada vez melhor», defende Arménio Carlos.
Em declarações à
TSF, o líder da CGTP reage desta forma às declarações de segunda-feira do
Presidente da República.
Ontem, em
entrevista à RTP, Cavaco Silva assegurou que, apesar da austeridade e do forte
desemprego, «mantém-se a coesão nacional» e tem havido um «grande sentido de responsabilidade»
dos portugueses.
Para Arménio
Carlos, «o Presidente da República falou de um país que não é aquele em que
todos os dias vivemos e todos os dias sofremos as agruras de uma política que
está de costas voltadas não só para quem trabalha, mas também para aqueles que
vivem no país e para o futuro de Portugal».
Motivos
suficientes, diz o secretário-geral da CGTP, para a greve geral que está
marcada para dia 27 de junho.
Já o dirigente da
UGT, Carlos Silva, admite que ainda é legítimo dizer que há coesão na sociedade
portuguesa, mas considera que Cavaco Silva está a ser optimista se acha que
essa coesão está para durar.
«Nós assistimos
neste momento a uma clara desestruturação daquilo que é o tecido social do
nosso país, embora reconheça que estamos numa fase muito embrionária. Mas que
há sinais de grande clivagem, inclusivamente com a subida da conflitualidade
social e que há desestruturação social, não tenho grandes dúvidas. É a leitura
que o presidente faz, mas acho que é uma leitura demasiado optimista», afirma
Carlos Silva.
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