João D' Espiney –
Jornal i
Rectificativo prevê
uma poupança de 2,1 milhões face ao inscrito no OE/2013, mas saldo é quase nulo
face a 2012
As despesas dos
gabinetes governamentais vão registar este ano um corte de 2,1 milhões de euros
face ao montante global previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2013. De
acordo com a análise do i aos mapas inscritos na proposta de Orçamento
Rectificativo (OR), as verbas inscritas para os gabinetes dos 48 membros do
Executivo totalizam os 47,1 milhões de euros. Este montante representa, porém,
uma diminuição de apenas 58 371 euros em relação ao montante aprovado no OE de
2012.
Este ligeiro
decréscimo decorre do facto facto de o governo ter aumentado em dois milhões
(para 49,3 milhões) as verbas para os gabinetes no OE/2013.
O i questionou os
gabinetes do primeiro-ministro e das Finanças sobre se os cortes nas despesas
dos gabinetes não poderiam ter sido mais acentuados, tendo em conta a situação
de emergência do país e o conjunto de medidas de austeridade adoptadas, mas não
obteve resposta até à hora de fecho desta edição.
A análise do i
permitiu concluir que a Presidência do Conselho de Ministros e nove Ministérios
cortaram nas despesas dos gabinetes face ao OE/2013. O Ministério da Saúde foi
o único que não desceu mas também não aumentou. As verbas de Paulo Macedo e dos
seus dois secretários de Estado mantêm-se assim nos 2,5 milhões.
Álvaro e Portas
aumentam despesas
O que mais cortou
nas despesas foi a PCM - que inclui os gabinetes das equipas de Passos Coelho,
Miguel Relvas e a subsecretária de Estado adjunta do ministro dos Negócios
Estrangeiros. Ao todo, os dez governantes
vão perder 847 391 euros face ao aprovado no OE/2013. A seguir surgem o da
Segurança Social (menos 604 414 euros) e a Economia (217 401). Mas se
compararmos as verbas inscritas no Rectificativo com o OE/2012 conclui-se que
só seis ministérios passam a ter uma verba inferior à que tinham o ano passado:
Segurança Social (-652 676 euros); PCM (-291 017); Educação (-165 308);
Administração Interna (-97 065); Defesa (-72 042); e o da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Território (-36 268).
Nos restantes, os
montantes sobem e nalguns casos bastante. É o caso da Economia, com mais 668
722 euros, e os Negócios Estrangeiros com um acréscimo de 277 654, face ao
orçamentado em 2012.
O i tentou obter
uma reacção dos gabinetes de Álvaro Santos Pereira e Paulo Portas mas só obteve
resposta da Economia: "o nosso contributo neste OR é um corte de 200
milhões de euros nas despesas dos organismos da administração directa e
indirecta do Ministério".
As verbas dos
gabinetes dos cinco membros das Finanças também registam um crescimento de 161
307 euros. O mesmo aconteceu com a Justiça (+34 726) e a Saúde (12 514).
PCM e economia
lideram tabela
Em termos absolutos, a PCM continua a ser o que mais dinheiro
tem orçamentado (10,7 milhões), seguido pelos sete governantes na Economia
(8,4), os cinco do MAMAOT (4,4), os cinco das Finanças (3,9) e os cinco da
Educação (3,7).
No fim da tabela
surgem os Ministérios da Segurança Social com 1,5 milhões, Justiça (2,2), e o
MAI e a Saúde com 2,5 milhões. Tal como o "Diário de Notícias"
avançou este domingo, o governo já nomeou um total de 1027 pessoas para os seus
gabinetes, o que dá uma média de 73 colaboradores por Ministério. Um número superior
à média de 54 nomeações efectuadas nos dois primeiros anos de mandato do
executivo de José Sócrates.
Os socialistas até
nomearam mais pessoas até ao meio do mandato (1077), mas o governo era composto
por mais membros: 16 ministros e 37 secretários de Estado.
Mas se as equipas
de Sócrates nomearam, em média, menos pessoas, já as despesas estavam bem acima
das orçamentadas pelas de Passos Coelho. O montante global agora inscrito no
Rectificativo representa menos 15,5 milhões do que o orçamentado no OE de 2011.
Numa auditoria
divulgada em Janeiro deste ano, o Tribunal de Contas reconheceu que as medidas
tomadas pelo actual governo ao nível da composição, despachos de nomeação,
recrutamento e sistema remuneratório dos membros do governo "trouxeram
melhorias significativas" em relação ao regime em vigor até ao tempo de
José Sócrates. No entanto, "não são suficientes". A inexistência de
um tecto máximo para a despesa dos gabinetes é uma das críticas apontadas pelos
juízes conselheiros.
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