terça-feira, 11 de junho de 2013

Portugal: João Semedo acusa Cavaco Silva de não querer exercer magistratura

 

Jornal i - Lusa
 
O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo acusou hoje o Presidente da República, Cavaco Silva, de não querer exercer a sua magistratura ao permitir que o Governo continua governar em conflito com o país e os portugueses.

"Temos um Governo que está em conflito, que está em guerra aberta contra o país e contra os portugueses, e é sobre esse conflito que Cavaco Silva não quer exercer a sua magistratura (...) deixando que o Governo governe da forma como governa", afirmou João Semedo, reagindo ao discurso o chefe de Estado na sessão solene do 10 de Junho.

Durante a cerimónia, que decorreu hoje em Elvas, o Presidente da República disse recusar-se a exercer uma "magistratura negativa e conflitual" e envolver-se em jogos entre maiorias e oposições, considerando que o contributo de um chefe de Estado deve ser dado pela positiva.

Mas para João Semedo, Cavaco Silva "diz que não quer ser um Presidente de conflito, mas o que não diz é o que ele está a ser: um Presidente que deixa um Governo em conflito com o país continuar a governar.

O coordenador do BE considerou que o Presidente da República se "refugia no passado e no futuro para fugir aos problemas e aos desafios que o país tem no presente" quando "é no presente que se vê a magistratura do mais alto magistrado da nação e a sua intervenção política".

João Semedo falava em Santarém onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura, certame que o deixou "surpreendido e satisfeito com tão elevado número de expositores e uma afirmação tão grande de vitalidade da agricultura portuguesa".

Nada que, ainda assim, impeça o coordenador bloquista de sublinhar as diferenças entre o desenvolvimento da agricultura industrializada e a de subsistência, aproveitando para dizer que "não é exatamente verdade o que o Presidente da República hoje disse sobre a autossuficiência alimentar" do país que, João Semedo considera estar "ainda longe de estar garantida" e de andar apenas "na ordem do 60%".
 

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